SUJEITO SABERES E PRÁTICAS SOCIAIS
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IDENTIDADE COMO CASO PARTICULAR DA<br />
DIFERENÇA: SUBSTÂNCIA, CORPORALIDADE E<br />
PARENTESCO NA ETNOLOGIA AMERÍNDIA<br />
José Glebson Vieira<br />
A visão que as sociedades ameríndias fazem de si mesmas tem<br />
iluminado as pesquisas etnológicas sobre as terras baixas sul-americanas.<br />
Na tentativa de apreender a organização social e as cosmologias dos<br />
coletivos ameríndios, a etnologia indígena apostou em análises que<br />
recuperam o forte investimento do corpo como idioma simbólico e sua<br />
contribuição na elaboração da pessoa.<br />
Proponho-me a apresentar algumas reflexões sobre como os<br />
ameríndios têm investido na construção da pessoa, no lugar da<br />
corporalidade, enfim, no processo de parentesco, procurando tematizar a<br />
relação sobre identidade e alteridade no bojo dos regimes simbólicos<br />
ameríndios. Para tanto, parto de dados etnográficos de DaMatta (1971)<br />
sobre o parentesco Apinayé, no intuito de demarcar os temas e as direções<br />
dos estudos etnológicos no tocante à questão da substância. Ao mesmo<br />
tempo, pontuo algumas questões levantadas por Souza (2004) acerca das<br />
construções da pessoa e do parentesco e do lugar da consubstancialidade<br />
no parentesco. Finalmente, procuro comparar as reflexões daqueles<br />
etnólogos com as etnografias de Gow (1997) sobre os Piro do Baixo<br />
Urubamba e Viegas (2003) sobre os Tupinambá de Olivença. A intenção é<br />
compreender as diferenças entre os coletivos indígenas descritos pelos<br />
autores, e, sobretudo, identificar modos distintos de se fazer antropologia<br />
do parentesco.