SUJEITO SABERES E PRÁTICAS SOCIAIS
download PDF book
download PDF book
- No tags were found...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
21<br />
abordagens metodológicas.<br />
A pesquisa participante é uma metodologia “que combina<br />
investigação social, trabalho educacional e ação” (HALL citado por<br />
DEMO, 2004, p.93). Tanto na pesquisa participante quanto na pesquisaação,<br />
a modificação da realidade social aparece como um princípio<br />
metodológico de intervenção. A diferença entre ambas está no<br />
“compromisso político” que conduz a prática do/a investigador/a. Na<br />
pesquisa participante, o/a cientista social precisa mobilizar a comunidade<br />
para transformar a realidade (DEMO, 2004). Neste sentido, o/a<br />
pesquisador/a envolve-se politicamente nas práticas sociais da<br />
comunidade.<br />
O conhecimento tem um caráter instrumental na pesquisa<br />
participante, pois o saber produzido pelo cientista pode ser aproveitado<br />
pela comunidade. Não há neutralidade, segundo a abordagem teórica da<br />
pesquisa participante. O/a pesquisador/a leva para a análise da realidade os<br />
seus valores, ou a sua ideologia. Na pesquisa participante, o/a<br />
investigador/a utiliza o conhecimento para sugerir melhorias nas<br />
condições de vida da comunidade.<br />
Ao ressaltar o aspecto colaborativo da pesquisa participante e a<br />
noção de contra-ideologia, Demo (1995) destaca a correlação entre a<br />
pesquisa participante e a construção da noção de intelectual orgânico,<br />
mostrando que:<br />
A pesquisa participante coloca, de modo geral, o quadro mais coerente para<br />
a gestação do intelectual orgânico, ao aceitar identificar-se com a<br />
comunidade na prática, trazendo como colaboração eminente a construção<br />
cuidadosa, inteligente, arguta, efetiva da contra-ideologia: ciência a serviço<br />
da emancipação social. A posição do intelectual orgânico neste sentido<br />
histórico prático supõe trajeto árduo de crítica e autocrítica, porque sem<br />
reconhecer a vocação pequeno-burguesa típica do intelectual, não é<br />
realizável a identificação coerente com a comunidade (DEMO, 1995,<br />
p.240).<br />
Na pesquisa tradicional, há um distanciamento entre o/a