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SUJEITO SABERES E PRÁTICAS SOCIAIS

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191<br />

As crianças mauricianas, através das brincadeiras desenvolvidas, a<br />

maioria ao lado dos amigos, ativam um imaginário infindável. Como<br />

podemos observar na fala da personagem Cascão: movidos à imaginação!! E<br />

isso nunca acaba.<br />

Walter Benjamin, analisando a importância da brincadeira na vida<br />

dos indivíduos, defende que ela “está na origem de todos os hábitos”:<br />

Comer, dormir, vestir-se, lavar-se, devem ser inculcados no pequeno ser<br />

através de brincadeiras. É da brincadeira que nasce o hábito, e mesmo em<br />

sua forma mais rígida o hábito conserva até o fim alguns resíduos da<br />

brincadeira. Os hábitos são formas petrificadas, irreconhecíveis, de nossa<br />

primeira felicidade e de nosso primeiro terror. E mesmo o pedante mais<br />

árido brinca, sem o saber — não de modo infantil, mas simplesmente<br />

pueril —, e o faz tanto mais intensamente quanto mais se comporta como<br />

um pedante. Apenas, ele não se lembra de suas brincadeiras (BENJAMIN,<br />

1994, p.253).<br />

A atividade lúdica constitui uma das formas pelas quais a criança se<br />

apropria do mundo, e pela qual o mundo humano penetra em seu processo<br />

de constituição enquanto sujeito histórico. Nesse processo, a teoria<br />

histórico-cultural trata o brincar privilegiando sua participação<br />

fundamental na vida do sujeito. De acordo com Vygotsky (1991), o<br />

desenvolvimento da criança ocorre através da atividade do brinquedo.<br />

Através das interações que acontecem durante o desenvolvimento das<br />

brincadeiras, as crianças, de uma maneira lúdica, são capazes de apreender<br />

normas, valores e crenças que constituem os padrões de sua cultura. Nesse<br />

processo de aprendizado constante, vivenciado através das brincadeiras,<br />

devemos, portanto, considerar a criança um agente ativo quando decide<br />

satisfazer suas necessidades específicas e atribuir seus próprios significados<br />

aos enredos das atividades lúdicas realizadas. Durante o desenvolvimento<br />

das brincadeiras, as crianças usam suas “experiências” para gerar um<br />

processo de “negociação de sentidos” com o contexto em que estão<br />

inseridas. O processo de socialização inclui tanto uma interação com o<br />

meio, quanto uma seleção ativa por parte das crianças.

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