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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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O reaproveitamento de ideias e materiais no design de joias: origem, intertextualidade e sustentabilidade<br />

por seu detentor, bem como a necessidade de aparato jurídico para a proteção do direito de<br />

autor. Aponta-se, ainda, o medo dentro da indústria de ser copiado.<br />

O som faz parte da narrativa. Se em “A pequena sereia” é possível ser levado com<br />

suavidade pela música que além do conteúdo da letra conduz o espectador a um estágio<br />

emocional de envolvimento com a história narrada pela personagem e seu entorno, no vídeo<br />

“Gimme the Mermaid” a condução do espectador acontece pela combinação de ruídos,<br />

teclados, guitarras e um pedaço da canção “Part Of Your World” (Parte do seu mundo).<br />

A letra da canção “Part of your world” (Parte do seu mundo) trata do desejo de Ariel,<br />

a pequena sereia, de ser humana e estar no mundo. Ela deseja “estar onde o povo está” e<br />

“poder andar, poder correr”, ou seja, ela não quer ser uma sereia do mar.<br />

O grupo Negativland atende ao desejo da sereia Ariel e a coloca dentro da discussão<br />

sobre autoria e propriedade intelectual.<br />

No trabalho analisado, utiliza-se a imagem da “pequena sereia” com narrações que<br />

nada tem a ver com o original uso do desenho. Além disso, são feitas combinações de imagens<br />

de gatos, imagens indianas, a sereia distorcida, caveirinhas dançantes, entre outras imagens.<br />

Este arranjo inesperado apresenta o vídeo “Gimme the Mermaid” que nada lembra a produção<br />

da Disney. Existe a criação de uma obra totalmente nova.<br />

Percebe-se, deste modo, que a mensagem é transmitida por meio da transgressão<br />

deliberada da ideia representada pela Disney na animação “A pequena sereia”.<br />

Diante das análises propostas, é possível retomar o questionamento sobre o uso das<br />

ideias de outras pessoas para a construção do pensamento próprio. E, mais uma vez, frisamos<br />

a origem da apropriação, que não é criação deste século, mas existe entre nós desde o início<br />

do século passado e foi aceita como uma forma legítima de criação artística.<br />

Ademais, deve-se reconhecer neste reaproveitamento de outras criações o condão de<br />

possibilitar a libertação do pensamento por meio de uma expressão criativa advinda da própria<br />

característica humana de transformar a realidade. Neste sentido ensina MUNARI (2002:316):<br />

“observando não apenas as características formais de cada objeto, mas também materiais,<br />

cromáticas, táteis e outras, pode-se pensar em transformá-lo em qualquer outra coisa”.<br />

<strong>Design</strong> de joias: nova atribuição de sentidos às formas<br />

Saindo um pouco deste universo do vídeo, para o fim de nos aproximar do design de<br />

joia, que é nosso objeto de pesquisa, abordaremos exemplos que podem ser vistos como<br />

apropriação de ideias pensando em uma espécie específica de objeto: o bracelete.<br />

Eliana Gola, no seu trabalho sobre a história da joia, permite que compreendamos<br />

a apropriação de um modo mais amplo, construindo o novo pela utilização de formas<br />

anteriormente existentes, alterando-se significações, “pela apreensão crítica, reincorporando<br />

e modificando, à procura de uma identidade que defina o intuito de criar formas e conteúdo,<br />

aparência e significado”. (GOLA: 2008: 161)<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 111

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