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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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Investigações metodológicas: aproximação entre design e tecnologia<br />

imaginação. Sua interpretação sobre gambiarra fica clara na citação a seguir:<br />

em que não há restos ou sobras”. “[...] A gambiarra, é sem dúvida uma<br />

política.” (BASTOS, M. 2007 p. 6 ).<br />

Tal política pode se dar não apenas enquanto ativismo (ou ferramenta de suporte para<br />

ele) mas porque a própria prática da gambiarra implica uma ação política. E, consciente ou<br />

não, em muitos momentos a gambiarra pode negar uma lógica produtiva capitalista, sanar uma<br />

falta, uma deficiência, uma precariedade, reinventar a produção, utopicamente vislumbrar um<br />

novo mundo, uma revolução, ou simplesmente tentar curar certas feridas abertas no sistema,<br />

trazer conforto ou voz a quem são negados. A gambiarra é ela mesma uma voz, um grito<br />

de liberdade, de protesto ou, simplesmente, de existência, de afirmação de uma criatividade<br />

inata”. (ROSAS, apud MEGGS e ALSTON, 2001, p. 47).<br />

<strong>Tecnologia</strong> e arte podem se unir<br />

Compreendemos que a gambiarra também surge de aproveitamento de materiais que<br />

pode ser utilizado como forma de arte pela reciclagem de produtos obsoletos. Essa pode ser<br />

uma boa solução ecológica até que não seja implantado outras formas de reaproveitamento da<br />

matéria prima. Ribeiro (2009) descreve a idéia dos autores McDonough e Braungart, quando<br />

afirmam que se por parte da indústria tivesse outra visão na hora da concepção do produto,<br />

talvez não houvesse tanta obsolescência e problemas ambientais.<br />

“A minimização de impactos pode passar pela adoção da visão, “Berço ao<br />

Berço” (em Cradle to cradle), que tem como base, a idéia de que resíduos<br />

de um determinado produto possam ser as matérias primas deste mesmo<br />

produto ou de outro, ou seja, a aplicação de um bom design não só na parte<br />

da concepção do desenho mas também na escolha de materiais permitindo<br />

que o produto se recicle (os seus materiais e componentes) não existindo um<br />

tumulto de materiais”. (MACDONOUGHM e BRAUNGART, 2009, p.19 apud<br />

RIBEIRO, 2002).<br />

Quem sabe um projeto de design bem elaborado no momento da fabricação do produto,<br />

ainda na indústria, poderia ser a solução. Uma reflexão mais apurada dos meios responsáveis<br />

poderia criar a possibilidade de uma nova cultura de mudança quando da concepção do<br />

produto, como também, levar a entender de onde e como surgiu a necessidade de criar ações<br />

de reciclagem com lixo computacional, desenvolvendo com isso, um percurso histórico.<br />

Percebemos que a realidade que se apresenta hoje é uma grande quantidade de lixo<br />

computacional no mercado e o contato com o computador coloca a arte como um valor<br />

metodológico aplicado em coletivos, como afirma Hernani Dimantas.<br />

“A arte tem um valor didático. Explorar o computador não é apenas uma relação<br />

de dedos e teclados. Explorar o computador é um processo de destruir e<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 197

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