Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...
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Um estudo sobre a linguagem da ilustração e o design gráfico<br />
coexistência no plano de expressão, ou seja, o texto está sobrepondo o fundo da imagem,<br />
interferindo no espaço pictórico. A relação sugere que o texto está saltando ou inserido no<br />
universo representado na ilustração. A relação de texto e imagem transmuta-se em uma relação<br />
entre imagem e imagem, falo da relação da ilustração com os blocos de texto. Entramos nos<br />
domínios das formas representativas.<br />
Há um outro conceito que poderia corroborar nessa relação de texto e imagem no<br />
plano de expressão, me refiro ao texto lido como imagem que foi abordado por Will Eisner.<br />
Embora o autor fale sobre a narrativa nos quadrinhos o comentário é pertinente a ilustração:<br />
“O letreiramento, tratado “graficamente” e a serviço da história, funciona como extensão da<br />
imagem. Neste contexto, ele fornece o clima emocional, uma ponte narrativa, e a sugestão de<br />
som” (Eisner, 1999, p.10). Ainda nesta questão de empregar sonoridade a palavra impressa,<br />
Richard Hollis fornece algumas informações importantes:<br />
As palavras e imagens normalmente são utilizadas em conjunto; pode ser que<br />
um dos dois – texto ou imagem – predomine, ou que o significado de cada um<br />
seja determinado pelo outro. Alguns dos exemplos mais sofisticados de design<br />
gráfico recorrem à precisão das palavras para dar sentido exato a imagens<br />
ambíguas.<br />
A palavra, quando impressa, na forma de registro da fala, perde uma extensa<br />
variedade de expressões e inflexões. Os designers gráficos contemporâneos<br />
(especialmente seus precursores, os futuristas) têm tentado romper essa<br />
limitação. Ampliando ou reduzindo os tamanhos, os pesos e a posição das<br />
letras, seu tipografismo consegue dar voz ao texto. Instintivamente, existe<br />
um anseio não só de transmitir a mensagem, mas também de dar a ela uma<br />
expressão única. (Hollis, 2005,p.1)<br />
Na intenção de transpor para um suporte impresso a sonoridade, na diagramação<br />
da página do livro de Fernando Vilela há alternância da altura e inclinação na disposição das<br />
caixas de texto, que sugerem instabilidade, dão ritmo sonoro ao texto e sugerem passagem<br />
de tempo, impregnando o texto impresso com a mímica da linguagem falada. Esta mímica da<br />
visualidade evoca na imaginação do interpretante que sente a sinestesia dos sons e caracterizese<br />
na modalidade representação imitativa. Neste caso a representação imitativa evoca não<br />
apenas os tons da sonoridade no texto, mas, também se refere à visualidade do movimento<br />
do galope do cavalo que o herói está montado. A sinestesia do galope do cavalo, embora,<br />
sugerido em outros elementos na ilustração da pagina sete – que serão abordados mais<br />
especificamente no próximo tópico – pode ser melhor compreendida quando o leitor estiver<br />
seguindo a sequência do livro, uma vez que só podemos visualizar um pequeno pedaço do<br />
pescoço do cavalo no canto inferior direito da página. Assim podemos ver que é um efeito que<br />
depende do encadeamento das imagens. O leitor aqui poderá voltar e rever as figuras 5 e 6.<br />
Quando falamos de perceber o galope do cavalo na ilustração através dos indícios<br />
rítmicos sugeridos pelos elementos visuais, estamos falando das formas representativas, na<br />
<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />
São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 78