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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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Investigações metodológicas: aproximação entre design e tecnologia<br />

lembra David Cavallo. Este também cita o educador Paulo Freire, que representa muito bem<br />

essa questão, cremos que, a carta redigida aos professores, em que Freire relata o ensino e a<br />

forma de aprendizagem como essencial ao ser humano, vem constatar essa questão:<br />

“O aprendizado do ensinante ao ensinar não se dá necessariamente através<br />

da retificação que o aprendiz lhe faça de erros cometidos. O aprendizado<br />

do ensinante ao ensinar se verifica à medida em que o ensinante, humilde,<br />

aberto, se ache permanentemente disponível a repensar o pensado, rever-se<br />

em suas posições; em que procura envolver-se com a curiosidade dos alunos<br />

e dos diferentes caminhos e veredas, que ela os faz percorrer. Alguns desses<br />

caminhos e algumas dessas veredas, que a curiosidade às vezes quase<br />

virgem dos alunos percorre, estão grávidas de sugestões, de perguntas que<br />

não foram percebidas antes pelo ensinante”. (FREIRE, 1997, p.19).<br />

Percebemos que o educador Paulo Freire tinha em mente a importância de partir do<br />

conhecimento e do contexto experimentado pelo aluno para desenvolver sua metodologia<br />

na educação, ou seja, permitindo ao aluno, ou ao aprendiz expressar seus conhecimentos e<br />

experiências. Dessa forma, o educando é valorizado pelo educador. Esse modo de pensar<br />

do autor tem uma característica organizacional e metodológica, assim como David Cavallo,<br />

afirma que o fato de unir tecnologia e administração para alcançar sucesso, também é uma<br />

alternativa de usar “metodologia”.<br />

Se pensarmos como Paulo Freire, perceberemos que não devemos subestimar o<br />

conhecimento dos alunos, e sim nos utilizarmos de seu aprendizado, valorizando o campo<br />

de referência deles. Esse fator se pensado dessa maneira, instaura uma metodologia, e essa<br />

vem emergir e racionalizar ações com o conhecimento previamente aprendido pelos sujeitos.<br />

Sociedades humanas são diferentes<br />

Citando a pesquisa de Gordon sobre sistemas complexos autocoordenados, podemos<br />

entender melhor essa questão. Steven Johnson (2003), ao analisar a pesquisa de Deborah<br />

Gordon, relata que a autora estudou colônias de formigas que se auto-organizam e, assim,<br />

constituem um comportamento emergente coordenado, ou seja, uma forma de agir coletiva<br />

sem um líder para ditar ordens.<br />

Segundo a pesquisadora, a formiga-rainha não assume diante das outras formigas,<br />

um papel de autoridade, como se costuma pensar. Ela não comanda as ações das operárias.<br />

Ao contrário. “As colônias estudadas por Gordon mostram um dos mais impressionantes<br />

comportamentos descentralizados da natureza: inteligência, personalidade e aprendizado<br />

emergem de baixo para cima, bottom-up. (JOHNSON apud GORDON , 2003, p. 23).<br />

Segundo Steven Johnson, nenhuma das formigas é responsável pela “operação<br />

global”, elas se auto-organizam e conseguem um alto grau de coordenação. Esse exemplo<br />

das formigas são “comportamentos emergentes” em que as interações são colaterais e se<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 190

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