Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...
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Um estudo sobre a linguagem da ilustração e o design gráfico<br />
criam no espaço tridimensional réplicas de objetos preexistentes e, o mais<br />
das vezes, visíveis no mundo externo. São formas referenciais que, de um<br />
modo ou de outro, com maior ou menor ambigüidade, apontam para objetos<br />
ou situações em maior ou menor medida reconhecíveis fora daquela imagem.<br />
Por isso mesmo, nas formas figurativas, é grande o papel desempenhado<br />
pelo reconhecimento e pela identificação que pressupõem a memória e a<br />
antecipação no processo perceptivo. Nessas formas, que buscam reproduzir<br />
o aspecto exterior das coisas, os elementos visuais são postos a serviço da<br />
vocação mimética, ou seja, produzir a ilusão de que a imagem figurada é igual<br />
ou semelhante ao objeto real (Santaella, 2009B, p.227).<br />
E por último as formas representativas:<br />
As formas representativas, também chamadas de simbólicas, são aquelas que,<br />
mesmo quando reproduzem a aparência das coisas visíveis, essa aparência é<br />
utilizada apenas como meio para representar algo que não está visivelmente<br />
acessível e que, via de regra, tem um caráter abstrato geral” (Santaella, 2009B,<br />
p.246).<br />
Segmentei meu processo de análise em três partes, a imagem, o diagrama e a mensagem.<br />
Esta divisão foi inspirada na divisão de Peirce, dos signos icônicos em imagem, diagrama e<br />
metáfora. Na separação de Peirce “A imagem estabelece uma relação de semelhança com<br />
objeto puramente no nível da aparência” (Santaella, 2002, p.18), “O diagrama representa<br />
seu objeto por similaridade entre relações internas que o signo exibe e as relações internas<br />
do objeto que o signo visa representar” (Santaella, 2002, p.18) e por último, “A metáfora<br />
representa o objeto por similaridade no significado do representante e no representado. Ao<br />
aproximar o significado de duas coisas distintas, a metáfora produz uma faísca de sentido que<br />
nasce de uma identidade posta à mostra” (Santaella, 2002, p.18)<br />
A estrutura e motivos da minha classificação diferem dos motivos Peirce,<br />
consequentemente o sentido do uso das palavras, imagem e diagrama não devem ser utilizados<br />
em comparativos a semiótica Peirciana. Na minha organização de análise a mensagem é a<br />
parte do processo que vou relacionar a mensagem da ilustração ao texto ou contexto ao<br />
qual ela se refere. É um primeiro contato com a ilustração, como um vôo de reconhecimento<br />
do terreno. O diagrama, visa descrever a hierarquia, o significado e a relação dos elementos<br />
diagramados na página e também a concepção do projeto gráfico e sua influência visual na<br />
ilustração. A imagem, é a ilustração em si, neste ponto do processo a análise foca-se em<br />
estudar as formas não-representativas, as formas figurativas e as formas representativas na<br />
ilustração e sua relação com o diagrama. Como as tríades de Peirce o meu modelo é fluído,<br />
sendo que Imagem, Diagrama e Mensagem influenciam-se entre si.<br />
Após a descrição prévia do método de análise, vamos ao objeto de estudo. O livro<br />
Lancelote e o Lampião de Fernando Vilela que recebeu menção honrosa no Prêmio Bolonha<br />
<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />
São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 72