07.07.2014 Views

Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Analisando o MECOTipo<br />

permite que um profissional experimente grande quantidade de idéias em um curto espaço<br />

de tempo. Muitas vezes é possível gerar diversas alternativas para a solução de um mesmo<br />

problema.<br />

Essa prerrogativa atua sobre a tipografia interferindo em dois níveis de compreensão<br />

que relacionam-se entre si: a micro-tipografia, que abrange o desenho das letras e os detalhes<br />

de sua conformação, e a macro-tipografia, que abrange a composição de palavras, linhas,<br />

colunas e páginas, justificação, tamanhos, hierarquia de conteúdos, etc. (HEITLINGER, 2006;<br />

WILLBERG; FORSSMAN, 2007).<br />

Assim, numa realidade povoada de opções infindáveis para escolha e uso de uma<br />

fonte, o desafio do designer passa a ser eliminar as piores soluções e achar a mais adequada<br />

sem, contudo, perder-se nas diferentes possibilidades (STOLTZE, 1997).<br />

Muitos editores de grandes publicações buscam diferenciar seus produtos, dentre<br />

outros aspectos, pelo desenho tipográfico. Hendel (2003) chega a afirmar que o tipo da letra<br />

tem tanta influência sobre outras partes da página que, enquanto não definido, interrompe o<br />

fluxo do projeto. Desse modo, a construção de uma fonte digital pode ser interpretada como<br />

um projeto de design que muitas vezes antecede o desenvolvimento de outros, mas que em<br />

nada difere em valor ou grau de complexidade.<br />

Curioso é observar que a multidisciplinaridade e a ação conjunta são prerrogativas<br />

para a atuação de várias equipes de desenvolvimento dentro das empresas de design.<br />

Powell (1998) trata da atividade do design executada de forma coletiva, definindo pelo menos<br />

dois papéis: gerente de design e demais membros de uma equipe. O autor ainda trata de<br />

motivação e adequação de tarefas ao perfil de cada sujeito, discorrendo sobre capacidades<br />

e realizações de grupos de produção nas páginas do seu artigo ‘A organização da gestão de<br />

design’ publicado no <strong>Design</strong> Management Journal durante o final dos anos 1990.<br />

Projetar coletivamente é uma ação comum a prática profissional contemporânea do<br />

design. Ainda assim, sua adoção contraria boa parte do que se tem escrito sobre metodologia<br />

de desenho tipográfico. Fugir do individualismo, discutir abertamente problemas e trabalhar em<br />

comum com outrem no mesmo projeto é uma proposta que permitiu-se ser lançada a conta<br />

de um novo estado de ânimo da tipografia, sobretudo verificado no âmbito nacional. “Assim<br />

como muitas outras áreas do saber, a tipografia, nas últimas décadas parece atravessar um<br />

momento de revisão de valores e redefinição de territórios.” (FARIAS, 2000, p. 13).<br />

Frente a tal ajustamento coloca-se o MECOTipo, uma alternativa metodológica que<br />

não pretende ser única ou mesmo tomada como modelo absoluto. Lembrando o caráter<br />

introdutório de sua obra e revelando sua intenção, Buggy (2007, p. 12) esclarece: “Esse método<br />

pretende apontar um caminho, com algumas possibilidades, e informar o mínimo necessário<br />

para percorrê-lo.”. Do mesmo modo, outros autores também apontam seus caminhos.<br />

Sobre o grau de acerto desses métodos de desenho de caracteres, Cheng (2006) chama<br />

atenção para o fato de não existir um único processo correto para criar fontes. Mas, ao passo<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 89

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!