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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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Um estudo sobre a linguagem da ilustração e o design gráfico<br />

O diagrama<br />

Podemos iniciar este tópico com a definição da designer e escritora Ellen Lupton:<br />

Um diagrama é a representação gráfica de uma estrutura, situação ou<br />

processo. Os diagramas podem descrever a anatomia de uma criatura,<br />

a hierarquia de uma corporação ou um fluxo de idéias. Eles nos permitem<br />

enxergar relações que não viriam à tona numa lista convencional de números,<br />

nem numa descrição verbal” (Lupton, 2008, p.199).<br />

A citação de Lupton define bem o que é um diagrama. Casualmente o termo diagramação<br />

remete ao designer gráfico e aos menos entendidos pode parecer que o designer gráfico é o<br />

profissional que organiza o texto na página, porém o designer da linguagem vai muito além.<br />

Lupton diz que em um diagrama “Marcas gráficas e relações visuais adquirem significados<br />

específicos, codificados no diagrama para representar aumentos numéricos, tamanho relativo,<br />

mudança temporal, ligações estruturais e outras circunstâncias” (Lupton, 2008, p.199). Criar<br />

marcas gráficas e relações visuais são os recursos utilizados pelo designer da linguagem para<br />

expressar idéias, organização ou desorganização, sinestesias e sentimentos.<br />

Neste tópico a preocupação da análise é identificar as relações existentes entre texto<br />

e imagem e dos elementos gráficos dentro de um diagrama, é perceber na configuração dos<br />

espaços, a hierarquia, a função e das forças perceptivas, no ritmo, e nas marcas gráficas<br />

o valor agregado ao signo. Enfim compreender a configuração das linguagens em prol de<br />

identificar o trabalho do designer das linguagens. Vamos então, retomar a relação de texto<br />

e imagem por outro ponto de vista. A relação entre texto e imagem no espaço da página foi<br />

abordada por Lúcia Santaella e chamada de relação no plano de expressão:<br />

Ao contrário das relações entre texto e imagem até aqui discutidas, que se<br />

referem, em primeiro lugar, ao plano de conteúdo, Kibédi-Varga(1989: 39-42)<br />

sugere uma tipologia das relações entre a palavra e a imagem que se relaciona<br />

mais com a forma de expressão visual comum à linguagem (na forma escrita) e<br />

à imagem. Seus três tipos são: (1) Coexistência: palavra e escritura aparecerem<br />

numa moldura comum; a palavra está inscrita na imagem. (2) Interferência:<br />

a palavra escrita e a imagem estão separadas uma da outra espacialmente,<br />

mas aparecem na mesma página (por exemplo, em ilustrações de textos<br />

como comentários textuais). (3) Co-referência: palavra e imagem aparecem na<br />

mesma página, mas se referem ao mundo uma independente da outra. Como<br />

uma outra possibilidade da relação espacial entre texto e imagem, devemos<br />

acrescentar a esta tipologia o caso da auto-referencialidade, como ela é<br />

conhecida na poesia visual. Como exemplo, temos o poema de Robert Herrick<br />

sobre o altar, que é impresso tipograficamente em uma figura mostrando o<br />

esboço de um altar. (Santaella, 1997, p.56)<br />

No caso da ilustração de Fernando Vilela, texto e imagem estão em uma relação de<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 77

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