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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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Analisando o MECOTipo<br />

O desenho de caracteres tipográficos e a coletividade<br />

A composição tipográfica de uma palavra é regulada por uma mecânica cuja dimensão<br />

é assegurada pelos espaços e corpos dos tipos de metal. Essa lógica se estende às linhas<br />

e colunas que caracterizam uma página de texto e relaciona-se com os elementos visíveis<br />

quando impressos.<br />

Nessa condição, o tamanho e a posição desses elementos podem ser especificados<br />

com precisão por meio de um sistema de medidas próprio dos tipos móveis (SMEIJERS,<br />

1996).<br />

A aplicação de tais princípios de funcionamento foi herdada pela tipografia digital,<br />

assegurando-lhe similar relação entre os grafismos dos caracteres e seus espaços.<br />

O enfoque do MECOTipo diz respeito unicamente ao desenho das formas tipográficas<br />

não contemplando sua articulação. As operações referentes ao preparo e geração de arquivos<br />

digitais necessários a instalação das fontes em sistemas operacionais não são compreendidas.<br />

Em outras palavras, a programação que dá ânimo ao sistema de medidas que combina letras,<br />

números e demais sinais usados pela escrita não é abordada.<br />

Todavia, os procedimentos contemplados pelo método consideram fortemente uma<br />

perspectiva humanizada do desenho que conjuga o pensamento de pelo menos três autores<br />

na sua essência.<br />

O primeiro deles, Freinet (1977), entende o desenho como produto de uma habilidade<br />

resultante do processo natural da tentativa experimental no qual o homem busca crescer,<br />

suplantar obstáculos, afirmar sua personalidade e se perpetuar. O segundo, Moreira (1987),<br />

ressalta-o simplesmente como linguagem; a primeira escrita do homem, que o permite lançarse<br />

à frente, projetar-se. Por fim, o último e mais pragmático afirma que: “O desenho é um<br />

processo de criação visual que tem propósito.” (WONG, 1998, p.41).<br />

Ao explorar recursos que incluem tanto os traços gestuais quanto a lógica modular na<br />

concepção de caracteres, o MECOTipo reúne aspectos emotivos e racionais do desenho para<br />

estimular os designers interessados na produção tipográfica contemporânea. Mais que isso,<br />

o método considera o desenho de caracteres tipográficos, ou de tipos, um projeto de design.<br />

Esse tipo de projeto é uma atividade complexa e precisa. É difícil alterar substancialmente<br />

a forma das letras sem prejudicar a sua legibilidade. De qualquer modo, no campo das formas<br />

estabelecidas existem muitas possibilidades de variações estruturais tais como: inclinação do<br />

eixo, serifa, peso, altura de x e contraste (CHENG, 2006).<br />

A amplitude dos dados encerrados nessa atividade assemelha-se a da construção de<br />

um sistema de identidade visual, sinalética ou mesmo embalagem. O desenho de caracteres<br />

tipográficos é tão laborioso quanto qualquer outro plano para resolução de questões imputadas<br />

ao design.<br />

Para entender esse preceito é preciso compreender o status quo de uma vertente do<br />

design em particular. O atual contexto cultural e tecnológico no qual se insere o design gráfico<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 88

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