Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...
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Classificação e escolha de um sistema de impressão<br />
significativamente a prerrogativa da pressão entre corpos anteriormente imprescindível. Com<br />
isso, toda uma corrente de pensamento teórico concentrada em torno da produção gráfica<br />
vê-se diante de uma quebra abrupta de paradigma e convidada a repensar vários de seus<br />
conceitos.<br />
Em acordo com essas perspectivas digitais Fernandes (2003) entende a impressão<br />
como um processo de reprodução de imagens sobre uma ou mais superfícies, desprendendo<br />
do conceito o elemento matriz. Collaro (2005) segue a mesma linha de pensamento mas,<br />
enaltece o aspecto industrial inerente ao tema ao afirmar que impressão é a transferência<br />
de grafismos para suportes por meio de processos que os transformam em cópias seriadas<br />
idênticas. Sobretudo para ele o enfoque da multiplicação em série é claro e independente do<br />
aspecto mecânico abordado por Baer (2005), mérito de um pensamento contemporâneo que<br />
não deve passar despercebido.<br />
Uma abordagem mais extremista e pragmática é adotada pela Adobe (2009) –<br />
importante desenvolvedor de softwares para o meio gráfico – que separa absolutamente a<br />
impressão de seu conceito primário. A documentação de ajuda ao usuário do Photoshop<br />
CS3, seu principal produto, a define como processo de enviar imagens para dispositivos de<br />
saída, numa clara alusão ao ato de controlar as ações de um hardware periférico via software.<br />
Essa simplificação demasiada do termo restringe sua aplicação ao universo digital e pode<br />
sujeita-lo a uma crescente diversificação da natureza dos dispositivos de saída de dados, nem<br />
sempre projetados para reproduzir grafismos em superfícies.<br />
Visto que processo e resultado se confundem na maioria das definições de impressão<br />
abordadas é prudente destacar as denotações processuais como melhor referidas ao termo<br />
sistema de impressão e as de resultado ao termo impresso. Isto posto, é possível constatar que<br />
as definições unicamente baseadas nas tecnologias dos sistemas de impressão anteriores aos<br />
digitais tendem a enfocar matriz e suporte como pilares conceituais e os posteriores, grafismo<br />
e suporte. Ambas, contudo, compreendem a tinta como condutor recorrente do grafismo para<br />
o suporte em várias circunstâncias.<br />
Como a matriz cumpre a função de guardar o grafismo e este está presente em<br />
qualquer sistema de impressão, a perspectiva digital moderada, por assim dizer, pode ser<br />
assumida na atualidade sem maiores prejuízos ao entendimento contemporâneo do termo. É<br />
importante que o fator mecânico enfatizado por alguns autores seja suprimido afim de se evitar<br />
confrontos infrutíferos frente ao fotoquímico, elétrico, eletrônico, entre outros. Já o caráter de<br />
reprodução em série deve ser observado enquanto potencial e sua realização deve submeterse<br />
a alguns critérios, como os de escolha do sistema de impressão indicados por Villas-Boas<br />
(2008): deficiências e vantagens apresentadas pelo processo; tiragem; custo; suporte; oferta<br />
e operacionalidade de fornecedores; conhecimento prévio do processo e usabilidade.<br />
De modo geral, a persistência no uso de conceitos pré-digitais pode originar estranhos<br />
conflitos, como o questionamento da legitimidade de uma página obtida através de um sistema<br />
<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />
São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 128