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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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Um estudo sobre a linguagem da ilustração e o design gráfico<br />

si a síntese de informações e leis estabelecidas por convenções culturais, evocando assim um<br />

estereótipo reconhecível pelo interpretante.<br />

A figura como estereótipo é uma sub-modalidade das formas figurativas, sendo que,<br />

uma de suas características é que não existe figura sem um fundo. Pensando nisso, a primeira<br />

relação que encontramos entre a figura e o fundo é a relação de coexistência do texto e<br />

imagem evidenciada no outro tópico. O caso dessa coexistência pode ser explicada pela<br />

citação de Andrew Loomis:<br />

O espaço em branco fala mais na página do que o tom. Isto permite que o<br />

desenho da área em branco receba outros desenhos em uma unidade pictórica.<br />

Isto isola o material importante para que possa ser lido com facilidade (Loomis,<br />

1947, p.202)<br />

Na ilustração o espaço em branco – mencionado por Loomis – corresponde ao fundo<br />

preto, que formado de uma cor chapada, libera espaço para o texto e também puxa o foco de<br />

atenção para a figura, uma vez que o olhar é guiado pelos focos de maior complexidade de<br />

informação e pelos contrastes. Enquanto relação figura e fundo, o fundo funciona dentro das<br />

leis naturais das qualidades, ou seja, através das leis que configuram a percepção humana,<br />

o fundo tem o papel de facilitar a organização dos elementos envolvidos e criar uma unidade<br />

entre eles. A cor do fundo é uma qualidade materializada, uma vez que não se assemelha a<br />

nada, ou, assemelha-se à todas as coisas de cor preta do universo. Esta escolha em criar<br />

relações entre a figura, o fundo e o texto – assim como já foi comentado – está no âmbito do<br />

diagrama, nota-se ai que o ilustrador, neste caso, tem papel fundamental na concepção do<br />

diagrama.<br />

Ainda falando das leis naturais das qualidades, podemos incluir nesta relação o ponto<br />

focal e a posição do observador. Andrew Loomis nos adverte que “A posição do observador<br />

irá determinar muito do efeito dramático” (Loomis, 1947, p.179). Na página anterior do livro<br />

temos o herói visto em um plano geral (figura 5 e 6), na página que estamos analisando<br />

(Figura 3), o autor por conveniência dramática do encadeamento da narrativa aproxima a visão<br />

do observador para próximo do rosto do herói, o que faz com que o contato emocional da<br />

personagem para com o leitor aumente. Este objetivo de dramatização buscada pelo ilustrador<br />

pode ser caracterizada como o espírito por trás da imagem. “A imaginação é contagiosa, o<br />

humor é contagioso e o espírito por de trás da imagem é noventa por cento da imagem. Você<br />

deve estar alerta para o drama todo o tempo” (Loomis, 1947, p.200). Corroborando para<br />

as palavras de Loomis, temos a importância do ponto focal para a narrativa, que depende<br />

fundamentalmente da composição da cena, como vemos na fala de Rui de Oliveira:<br />

A finalidade da composição, além de obter o equilíbrio plástico da página, é<br />

favorecer a leitura e a apreensão da narrativa. Portanto, o ato de compor está<br />

vinculado diretamente ao ato de contar histórias visuais (Oliveira, 2008, p.60)<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 81

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