Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...
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Um estudo sobre a linguagem da ilustração e o design gráfico<br />
ilustrador de organização do espaço é a primeira indicação de criatividade” (Loomis, 1947,<br />
p.30). Esta relação da imagem quase sem profundidade de campo, configura um caso de<br />
codificação qualitativa do espaço pictórico, descrita por Santaella:<br />
Quanto mais a superfície do quadro não permite “ver através”, mas se<br />
apresenta a si mesma como superfície à ser preenchida, quanto mais as formas,<br />
destacando-se sobre um fundo neutro, dispõe-se umas ao lado das outras<br />
ou em superposição, em um contexto imaterial, mas sem lacunas, no qual a<br />
alternância rítmica de cores, ou alternâncias rítmica de claro e escuro criam<br />
uma unidade intrínseca apenas colorística ou iluminística, mais a construção<br />
figurativa tende para uma codificação meramente qualitativa (Santaella, 2009B,<br />
p.243).<br />
As formas metálicas, e em alguns casos as formas em preto, são carimbadas diversas<br />
vezes em cima da figura, sobrepondo elementos e agregando uma idéia de profundidade e<br />
movimento no espaço, que se caracteriza como uma lei natural das qualidades, contribuindo<br />
para configuração do espaço e organização dos elementos envolvidos através das leis da<br />
percepção humana.<br />
O movimento das placas de metal da armadura e da capa de Lancelote, funcionam<br />
como uma qualidade como possibilidade, uma vez que se realiza apenas no instante em que<br />
nos perdemos na diferenciação entre o mundo real e o universo da ilustração. O movimento<br />
também é uma representação imitativa, uma vez que imita ritmo e a reação do movimento<br />
do galope do cavalo. Cria também, a sinestesia de placas de metal batendo umas sobre<br />
as outras, neste caso uma cifra de relações existenciais, uma vez que o interpretante só<br />
terá essa sensação sinestésica caso já tenha previamente registrado um determinado tipo<br />
de experiência. Além desta sinestesia de movimento, temos neste caso, da cifra de relação<br />
existências, uma sugestão onírica em que as placas estão se descolando do corpo do herói<br />
em um movimento constante, como se houvessem placas infinitas que se deslocassem para<br />
dar brilho ao herói, para envolver em uma aura mística, sendo que, estas colocações atingem<br />
maior ou menor grau de percepção do interpretante dependendo talvez, de aspectos pessoais<br />
e culturais.<br />
A singularização das convenções, o estilo, é a ultima modalidade das formas figurativas<br />
que vamos abordar aqui, esta modalidade diz respeito ao estilo do artista. A série de<br />
convenções pictóricas repetidas no trabalho do artista que, não são de forma alguma uma<br />
característica do estilo de época, mas sim, a marca do artista. No caso de Fernando Vilela<br />
seu estilo, sua marca é primeiramente relacionado ao modo de produção artesanal aliado à<br />
produção industrial que o permite uma configuração única em seu trabalho. Este híbrido entre<br />
tradicional e contemporâneo são as primeiras impressões em seu estilo, que continuam sendo<br />
construídas pela sua configuração do espaço pictórico, e suas formas repletas de movimento,<br />
sinestesias e evocativas de um universo de sonhos. Todas estas características de articulação<br />
<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />
São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 83