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Design, Tecnologia e Linguagem: Interfaces - Universidade ...

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Um estudo sobre a linguagem da ilustração e o design gráfico<br />

Há um consenso entre os autores LOOMIS (1947), DONDIS (2007) e ZEEGEN (2009)<br />

de que ilustrar é transmitir uma mensagem através de imagens e, é a partir deste pensamento<br />

que comumente a ilustração é definida como uma arte figurativa. O objeto de estudo deste<br />

artigo é a ilustração narrativa, este termo é empregado por autores reconhecidos, como por<br />

exemplo, E. H. Gombrich no livro Arte e Ilusão. Embora o autor, não Forneça uma definição<br />

do termo, fica claro que ele refere-se à obras que contam uma história através de imagens. O<br />

mesmo termo, ilustração narrativa, foi definido pelo brasileiro Rui de Oliveira como um gênero<br />

da ilustração:<br />

A ilustração narrativa está sempre associada a um texto, que pode ser literário<br />

ou musical, como é o caso das ilustrações para capa de CDs e DVDs. No<br />

entanto, o que fundamentalmente caracteriza esse gênero são o narrar e<br />

o descrever histórias através de imagens, o que não significa em hipótese<br />

alguma uma tradução visual do texto. A ilustração começa no ponto em que o<br />

alcance literário do texto termina, e vice-versa (Oliveira, 2008, p.44).<br />

Os livros infantis são o tema da linha de pesquisa de Rui de Oliveira, e a ilustração<br />

narrativa que ele se refere é a ilustração que tem o intuito de contar uma história, de narrar<br />

uma cena, para Oliveira “Ilustrar é a arte de sugerir narrativas” (Oliveira, 2008, p.60). Outros<br />

gêneros de ilustração foram definidos por Rui, como a ilustração informativa e a ilustração<br />

persuasiva. A ilustração informativa é típica dos livros de medicina e botânica e a ilustração<br />

persuasiva utilizada pela publicidade. Evitando reducionismos, vale colocar as palavras de Rui<br />

quanto ao caráter híbridos destes gêneros, “As três divisões tem acima de tudo um aspecto<br />

didático, uma vez que esses gêneros agem muitas vezes ao mesmo tempo, influenciando-se<br />

mutuamente. No entanto, do ponto de vista formal, em termos conceituais, comportam-se<br />

de maneira distinta” (Rui de Oliveira, 2008, p.44). Portanto, as ilustrações em geral possuem<br />

níveis diferenciados de informatividade, persuasão e narrativa.<br />

Toda esta responsabilidade de expressar um pensamento ou contar uma história<br />

sem dizer uma única palavra requer que o ilustrador tenha um conhecimento específico de<br />

articulação da linguagem visual. Durante seu processo de formação o ilustrador aprende a<br />

trabalhar com o ponto, linha, plano, composição, ritmo visual, teoria das cores, dramatização e<br />

caracterização dos personagens, cenários e diversos outros conceitos específicos à profissão.<br />

Quando a ilustração é inserida em um projeto gráfico a responsabilidade do designer não é<br />

menor.<br />

Embora a linguagem visual seja um eixo comum entre o ilustrador e o designer, o<br />

pensamento em articular a linguagem ou as linguagens é diferenciado, independente se o<br />

ilustrador e o designer são ou não o mesmo individuo. Podemos configurar uma linha de<br />

pensamento através da autora Lúcia Santaella, que alicerçada por Décio Pignatari compara a<br />

poesia ao design: “Por aí se vê por que o poeta é um configurador de mensagens, um designer<br />

<strong>Design</strong>, Arte, Moda e <strong>Tecnologia</strong>.<br />

São Paulo: Rosari, <strong>Universidade</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2010 68

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