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A-Escola-dos-Deuses-Formacao-Elio-DAnna

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Um ser humano não pode se esconder. Cada pensamento, emoção ou

ação é registrado indelevelmente no seu ser, do qual este é, ele mesmo, o

guardião iludibriável e justiceiro. É isto que determina o seu destino. Um ser

humano pode iludir-se ao fugir, ao mudar sua vida modificando as condições

externas, mas, além da aparente diferença das situações, estará sempre

situado no mesmo ponto da escala, ali onde o coloca o seu grau de

responsabilidade, de integridade, de amor. Memóravel lição do meu primeiro

encontro com o Dreamer! Desde então a havia lido e relido não sei quantas

vezes; ainda assim, a advertência da profecia não evitara a recorrência e a

repetição de erros e dores na minha vida. Em relação a isso, recordo-me de

um diálogo mantido com Ele que ainda considero uma das pedras angulares

do meu aprendizado.

A maior ilusão da humanidade é a ideia de ter um futuro, revelou-me

aquela vez. Um ser humano comum na realidade não tem futuro. Além das

aparências, ele encontra sempre e tão-somente o seu passado. Eventos,

encontros, circunstâncias repetem-se e reapresentam-se na sua vida; sempre

os mesmos, apenas ligeiramente camuflados de novos.

É como dizer que os seres humanos vivem uma vida usada, de

segunda mão, disse com um tanto de incredulidade na voz, a ponto de cobrir

a sensação de inquietude que eu experimentava diante de Suas revelações. E,

todavia, cada um se ilude, acreditando que os eventos da sua vida são

inéditos, novos, criados especialmente para ele, jamais acontecidos antes.

“E, portanto, aquilo que o ser humano chama realidade é...?”,

indaguei-Lhe sem poder completar minha pergunta, já tomado pelo

nauseabundo sentimento do absurdo.

O Dreamer olhou-me sem responder e anuiu lentamente, como que

endossando minha dedução como a mais temerária das possíveis

conclusões... a mais impensável e inaceitável de todas. Avancei com cautela

na direção para a qual me impelia. Absurdamente esperava não ter

compreendido bem o que dizia e que, de qualquer modo, devesse Ele me

deter e reconduzir àquele nosso diálogo dentro dos limites de uma

tranquilizadora racionalidade.

“Aquela que chamamos realidade... aquela que vemos e tocamos...

seria... é... uma espécie de... realidade virtual?”, perguntei, ainda relutante,

mas somente estimulado pelos seus contínuos sinais de aprovação que me

chegavam como empurrões. O Dreamer permaneceu pensativo por alguns

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