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A-Escola-dos-Deuses-Formacao-Elio-DAnna

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volta, fruto do comando de um ser que sabe governar eventos, fatos e

circunstâncias, que sabe tornar o mundo obediente, dócil e moldável como

argila, para mim era ainda incompreensível.

Passaram-se meses. Longe do Dreamer, o sonho começou a perder

força e o passado tomou as rédeas. Com o esfriamento dos princípios do

sonho em mim também fora o ar gelou e a atmosfera cobriu-se de névoa. No

meu universo, agora lento e denso, até o menor movimento tornara-se difícil,

penoso. Cada aspecto da minha existência, por intermédio de vários sintomas,

começava a denunciar minha atenção no passado... dúvidas... amargura.

Como já tinha acontecido quando do retorno do Kuwait, quanto mais

me sujeitava à situação, mais sentia a necessidade de programar e fazer

planos. Meus cálculos fizeram-me concluir que o nível de vida assumido

esgotaria em pouco tempo todas as minhas reservas. O ritmo de vida ao lado

Dele era insustentável. Custava-me acompanhá-Lo. Para o Dreamer não

havia limites e nada era muito caro. Tudo está ao nosso alcance.

O limite está em nós.

Viver daquele modo pareceu-me demasiado arriscado. O medo de

ficar sem dinheiro obrigou-me a abrir uma conta num banco de Londres. Ali

depositei uma boa parte do obtido pela venda da casa de Chiá, prometendo a

mim mesmo não mexer no dinheiro, somente em caso de extrema

necessidade. Sobre isto nada Lhe disse. A certeza de poder contar com aquela

soma caso as coisas piorassem confortava-me nos momentos de

desencorajamento, quando a angústia me invadia e dominava minha vida. A

conta bancária se tornara uma prótese psicológica que assumira o lugar da

autoconfiança e da coragem. Dissimulei aquela decisão com falsa

responsabilidade, exatamente como já fizera anos atrás ao inserir uma

cláusula de readmissão no contrato com a ACO Corporation. A recorrência

era um sinal certo da minha queda nos sulcos de uma repetitividade mortal.

Quando os sintomas da iminente queda mostraram-se mais fortes, confessei

tudo ao Dreamer e fechei a conta antes que o passado me pudesse engolir

sem possibilidade de voltar atrás.

Todos acreditam em alguma coisa... acreditar não é difícil.. mas

despertar a vontade, escolher o próprio objetivo e segui-lo sem se desviar é

para poucos. Obrigar-se a acreditar é mais que acreditar..., concluiu o

Dreamer na ocasião. Acreditar em si mesmo significa criar.

Indivíduos especiais, em todas as épocas, encontraram o capital

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