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A-Escola-dos-Deuses-Formacao-Elio-DAnna

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respeitosa distância do Dreamer. Suspirei fundo e senti que estava pronto.

Antevia que aquela seria uma lição importante. O tom que o Dreamer

escolheu para prosseguir era diferente.

Sobre pontes não se constroem casas, não se vive, foi a analogia com

que começou. Os papéis, como as pontes, servem para ultrapassar um limite

definido, são feitos para serem superados. Os homens hesitam e em vez de

atravessá-las permanecem ali, acuados, sem saída.

Na senda da integridade, cada instante deve ser novo... cada instante

deve servir para transcender o instante precedente... cada respiração deve ser

um ato de gratidão dedicado a elevar o ser a novas zonas de liberdade.

“Como se faz para viver no mundo livre dos papéis ou das funções

que se deve desempenhar ou cumprir?”, perguntei.

Os papéis são máscaras para vestir. Vêm interpretados

intencionalmente. Interpretá-los significa não acreditar neles.

Explicou-me que o primeiro passo na direção que estava indicando

era entender a fundo o funcionamento dos papéis. Na visão do Dreamer, os

papéis são ordenados hierarquicamente com base na complexidade e no nível

de responsabilidade que exigem. Sobre um específico ponto foi categórico:

uma pessoa não pode, de nenhum modo, passar a um papel superior se antes

não contiver no próprio ser toda a pirâmide hierárquica inferior. Da Sua

explicação sobre os papéis fiz a imagem de vários recipientes de diversos

tamanhos empilhados, um dentro do outro, como caixas chinesas.

Libertar-se de um papel é condição a que se chega somente quando

você aprender a interpretá-lo perfeitamente, esclareceu o Dreamer, e deu-me

o exemplo de um maestro de orquestra que deve conhecer as possibilidades e

as dificuldades de cada um dos instrumentos.

Um papel interpretado intencionalmente não somente nos liberta

como também liberta o mundo de sua rudeza, de sua violência. Quando você

se identifica com o mundo, acredita nele, não somente você se torna escravo

dele, como também agarra-se a ele como se fosse a coisa mais real, sua única

certeza.

Acreditar em um papel, qualquer que seja, significa mentir a si

mesmo.

Sem precisar pensar muito, ficou evidente que, para se fazer tal

percurso não seriam suficientes nem experiências nem o tempo de dez vidas.

É isso mesmo, confirmou o Dreamer. Por isso, ninguém, seguindo um

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