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A-Escola-dos-Deuses-Formacao-Elio-DAnna

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número 7722, descobri um volume da história original que tinha sido

conservado sem título. Resgatado a peso de ouro pelas mãos dos Seljukian10

em 1204, havia sido guardado e preservado em algum monastério protegido

entre montes inacessíveis e nevados que vigiavam o Mar Negro. No final do

século XVIII fez parte da coleção de textos espirituais e ascético-místicos de

Paisij Velichovskij, que imprimiu em Moscou uma versão eslava. Após

muitos episódios, em 1915 mais uma vez foi salvo milagrosamente dos

ataques dos turcos e levado a Everan.

Senti no peito as batidas tornarem-se golpes de martelo quando, do

cofre blindado, surgiram os rolos de pergaminho cuidadosamente protegidos

pelas mãos do autor. Senti na hora que se tratava de Lupelius. Bastou-me a

leitura de umas poucas linhas para estar definitivamente seguro de sua

autoria. Com dificuldade consegui controlar minha alegria enquanto

explorava avidamente seu conteúdo.

A linguagem de Lupelius revelou-se um misto de latim e inglês

vulgar, uma espécie de esperanto europeu de uma criatividade fascinante. Seu

discurso tinha a força de anular o tempo e transmitir intacta, no intervalo de

mais de um milênio, a valiosa energia que havia inspirado gerações de

monges-guerreiros.

Durante minha permanência em Everan, fiz estreita amizade com um

casal de estudiosos gauleses. Historiador ele, latinista ela. Naquela tarde, no

pequeno lounge do hotel em que nos alojávamos, confidenciei-lhes minha

descoberta. Eufóricos, discorremos sobre o assunto por boa parte da noite. A

ajuda deles logo se revelaria providencial. Somente o Dreamer poderia ter

criado uma prodigiosa coincidência como aquela.

A coisa, entre outras, que mais pareceu surpreendente àqueles

pesquisadores

não foi o modo como eu havia procurado aquela obra, mas o fato de eu

conhecer o seu título original, um título perdido havia séculos, e que ninguém

mais conhecia. Com a ajuda deles comecei imediatamente a transcrever

alguns trechos e dei início ao trabalho de tradução. Juntos, estudamos o

manuscrito por semanas. Quanto mais lia e me aproximava da filosofia de

Lupelius, mais sentia aumentar a atração, a admiração e o grande entusiasmo

por aquele ensinamento esquecido.

A interpretação de uma passagem ou de um símbolo fazia-me

atravessar os sagrados limiares daquela Escola de homens e mulheres,

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