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A-Escola-dos-Deuses-Formacao-Elio-DAnna

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ninguém mais se apercebe. O Dreamer foi além, aprofundou aquela análise

ao afirmar que apaixonar-se por alguém ou por alguma coisa não é uma

advertência, mas a queda em relação à condição de amar.

Nada é externo. O mundo, os outros... são você mesmo distribuído no

tempo. Amar alguém é amar um fragmento de si... significa diminuir-se...

significa fragmentar-se.

Para o Dreamer, amar alguém fora de si é comparável à tentativa de

transferir o oceano para um copo ou à pretensão de enxugar toda a água do

mar com um punhado de areia.

Amar (a-mors) significa ausência de morte. Amar significa amar-se

dentro, eliminar de si qualquer forma de autossabotagem. Acrescentou que

isso só pode acontecer intencionalmente. Para o Dreamer, amar-se dentro

pode ser somente a expressão de um verdadeiro e exato ato da vontade.

Somente a integridade pode amar e somente a totalidade do ser, em

toda a sua magnificência, pode conter o amor.

“Um homem que alcançou a integridade não poderá ter uma

companheira, filhos, uma profissão, uma vida social, relacionamentos,

amigos?”, perguntei, angustiado por aquela perspectiva para a qual me sentia

sem preparo algum.

Sim, mas não se esqueça nunca de que tudo aquilo que acontece fora

de você é apenas uma representação cênica, o filme do seu ser que, pela sua

grandiosidade, não pode viver senão no interior de você mesmo.

O outro... os outros... o mundo... são a sua imagem refletida... um

copo de água... um punhado de areia.

Para o Dreamer, amar a si mesmo é o único amor possível. Amar a si

mesmo é a arte suprema. Amar alguém fora de si é uma idolatria que

encontra o auge da sua expressão na sexualidade.

Na escolha de um companheiro, como em inúmeros momentos em

que se deve dar uma direção à própria vida, o ser humano é constantemente

influenciado pelo sexo. O tom pacato desse preâmbulo acrescentou

intensidade ao seu discurso. Agucei ao máximo minha atenção.

A humanidade pôs o sexo no centro da sua existência, sem nem ao

menos intuir que é apenas um distante brilho de um êxtase esquecido: a

unidade do ser.

Prosseguiu dizendo que o sexo, assim como a comida e o sono, exige

um atento comando, uma capacidade de gestão que os seres humanos

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