inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...
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Venda eletrónica de <strong>livro</strong>s: algumas limitações<br />
Em 2000, o comércio eletrónico <strong>do</strong> <strong>livro</strong> em Portugal era pouco significativo e tal devia‐se,<br />
segun<strong>do</strong> Rui Velasco Martins (2001) <strong>ao</strong> eleva<strong>do</strong> receio <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res em adquirir <strong>livro</strong>s<br />
através da Internet. Esta realidade espelha‐se, de acor<strong>do</strong> com os profissionais <strong>do</strong> <strong>sector</strong> na<br />
enorme diferença entre o número de visitantes <strong>do</strong>s seus sites e o ainda reduzi<strong>do</strong> volume de<br />
ven<strong>das</strong> (Martins, 2001: 116).<br />
O mesmo sentimento de desconfiança face à compra de <strong>livro</strong>s pela Internet apresentava‐se em<br />
2000 numa amostra de consumi<strong>do</strong>res de um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> no Quebeque (SOM – Recherches<br />
Et Sondages, 2000). O receio neste tipo de compra devia‐se, fundamentalmente, <strong>ao</strong> facto de<br />
questionarem a segurança da transação e de não ser possível a visualização e o contacto com os<br />
produtos, muito embora os autores <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> admitissem que, num perío<strong>do</strong> de três anos, o<br />
consumo de <strong>livro</strong>s pela Internet poderia ter um acréscimo substancial. Os <strong>livro</strong>s ocupavam, no<br />
Quebeque, o segun<strong>do</strong> lugar no total de produtos mais vendi<strong>do</strong>s pela Internet no ano que<br />
procedeu o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>.<br />
Por sua vez, Rui Velasco Martins considera que não tem havi<strong>do</strong> um aproveitamento <strong>das</strong><br />
funcionalidades <strong>do</strong> e‐comércio pelos profissionais <strong>do</strong> <strong>sector</strong> livreiro português e faz alusão <strong>ao</strong><br />
reduzi<strong>do</strong> número de projetos de qualidade nesta área e que estão sob a alçada de livrarias e<br />
editoras tradicionais com forte implantação no merca<strong>do</strong>, como sejam por exemplo a Apolo70, a<br />
Bertrand ou a Buchholz, às quais se juntam a Webboom e a MediaBooks, que apesar de<br />
associa<strong>das</strong> às editoras Porto Editora e Texto Editores, respetivamente, apresentam uma oferta<br />
generalista de <strong>livro</strong>s para venda (Martins, 2001).<br />
A utilização da plataforma digital pelos editores surge como complementar, não se sobrepon<strong>do</strong>,<br />
<strong>ao</strong>s serviços tradicionais <strong>do</strong> negócio. Deste mo<strong>do</strong>, it is true that a majority of publishers has<br />
engaged in some digital activity (e.g. on‐line publishing of parts of the content), but traditional<br />
services have remained the core business for most book, magazine and newspaper publishers<br />
(Empirica GmbH, 2005: 17).<br />
Venda de <strong>livro</strong>s eletrónicos: ameaças e oportunidades<br />
O relatório Interactive Content and Convergence: Implications for the Information Society (Screen<br />
Digest Ltd, CMS Hasche Sigle, Goldmedia Gmbh e Rightscom Ltd, 2006) dá conta que os editores<br />
de <strong>livro</strong>s receiam a concorrência <strong>do</strong>s programas de digitalização <strong>do</strong> Google e estão, igualmente,<br />
preocupa<strong>do</strong>s com a salvaguarda <strong>do</strong>s direitos de autor. Por sua vez, o Google sugeriu <strong>ao</strong>s editores<br />
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