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inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...

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2.2. AS CLASSIFICAÇÕES E AS ESTATÍSTICAS DO SECTOR DO LIVRO<br />

O imperativo <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>das</strong> estatísticas para o <strong>sector</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong> está obviamente<br />

relaciona<strong>do</strong> com as classificações utiliza<strong>das</strong>. Pelas significativas implicações na informação sobre<br />

o <strong>sector</strong>, a questão <strong>do</strong>s géneros e categorias editoriais constitui um problema empírico central.<br />

Basicamente foi‐se detetan<strong>do</strong>, <strong>ao</strong> longo <strong>das</strong> diferentes fases de levantamento de informação<br />

sobre o <strong>sector</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong> em Portugal (nos <strong>inquérito</strong>s, nas estatísticas…), a inexistência de uma<br />

nomenclatura comum <strong>ao</strong>s seus agentes, com o caso mais gritante a situar‐se <strong>ao</strong> nível da<br />

multiplicação de classificações <strong>do</strong>s géneros editoriais. A dispersão comprovada pelo recurso, ora<br />

a classificações próprias, ora a adaptações, ora à Classificação Decimal Universal (em anexo nº<br />

1), limita a recolha de da<strong>do</strong>s e constitui um problema que haverá que enfrentar no senti<strong>do</strong> de o<br />

tentar resolver. A própria APEL, por exemplo, reconhece um conjunto de grandes categorias mas<br />

acaba, na prática, por atomizar as designações utiliza<strong>das</strong> tornan<strong>do</strong> difícil a sua agregação nas<br />

grandes categorias (Freitas, 1998: 18‐19).<br />

A noção de convenções partilha<strong>das</strong> teorizada por Howard S. Becker é particularmente relevante<br />

neste contexto. Esta noção – que, segun<strong>do</strong> o autor, constitui uma dimensão central no<br />

funcionamento <strong>do</strong>s mun<strong>do</strong>s artísticos (Becker, 1984[1982]) – é aqui manifesta pela sua ausência<br />

(porque atomizada) entre os profissionais <strong>do</strong> <strong>sector</strong>.<br />

Assim, a inexistência de um modelo partilha<strong>do</strong> de designação de <strong>livro</strong>s – ou, recordan<strong>do</strong> Becker,<br />

a falta de uma convenção – é tanto mais significativa quanto denota, no caso português, atraso<br />

no desenvolvimento de um sistema de classificações e de indica<strong>do</strong>res a aplicar em contexto<br />

europeu. Como se referiu anteriormente, desde 1985 que a UNESCO aprovou uma<br />

recomendação para a normalização internacional <strong>das</strong> estatísticas relativas à edição de <strong>livro</strong>s e<br />

publicações periódicas.<br />

O panorama <strong>do</strong> <strong>livro</strong> em França merece a este respeito especial destaque, uma vez que, no<br />

quadro de uma associação profissional (Syndicat National de l’Edition) se promove a<br />

estruturação e a atualização contínua da nomenclatura editorial utilizada, cuja primeira versão<br />

data de 1954 (da CLIL – Commission de Liaison Interprofessionnelle du Livre), e a última de 2007<br />

(SNE, 2006) 18 .<br />

18 No <strong>inquérito</strong> por questionário no âmbito <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> optou‐se por construir uma listagem de<br />

géneros e categorias editoriais ten<strong>do</strong> por base a nomenclatura editorial francesa – ver anexo nº 5 da <strong>parte</strong> II<br />

(Neves, Santos e Vaz, 2012).<br />

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