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inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...

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Contributos teóricos<br />

O <strong>sector</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong> tem uma longa tradição de abordagens <strong>das</strong> ciências sociais, designadamente<br />

por <strong>parte</strong> da Economia e da Sociologia da cultura, independentemente <strong>do</strong> tipo de enfoque<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>. Neste estu<strong>do</strong> teve‐se especialmente em conta as contribuições conti<strong>das</strong> no volume<br />

temático da revista The Annals of the American Academy of Political and Social Science (de<br />

1975) 9 dedica<strong>do</strong> à edição, os trabalhos de Lewis Coser (que também colabora no referi<strong>do</strong><br />

número) e outros (Coser, Kadushin e Powell, 1982), bem como de autores da socioeconomia da<br />

cultura em França como François Rouet (1992; 1998) ou Françoise Benhamou (1986; 1996), bem<br />

como contributos mais recentes de sociólogos e economistas reuni<strong>do</strong>s no Manual de Economía<br />

de la Cultura edita<strong>do</strong> por Ruth Towse (2003) que retoma um leque varia<strong>do</strong> de questões que vão<br />

de aspetos particulares como o <strong>do</strong>s profissionais <strong>do</strong> <strong>livro</strong> ou o <strong>do</strong>s direitos de autor a outros de<br />

maior abrangência, como é o caso <strong>das</strong> indústrias culturais.<br />

Mais concretamente, para orientar o objetivo de caracterização <strong>do</strong> <strong>sector</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong> em Portugal,<br />

nas vertentes da edição e da comercialização, procurou‐se mobilizar determina<strong>das</strong> abordagens<br />

de natureza teórica, to<strong>das</strong> elas suscetíveis de melhor sustentar ou informar esta ou aquela<br />

dimensão <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>.<br />

E que contributos foram esses? Sucintamente – no capítulo 1 eles são aborda<strong>do</strong>s mais<br />

desenvolvidamente – esses contributos organizam‐se em torno de quatro conceitos ou<br />

perspetivas fundamentais: indústrias culturais, indústrias criativas, produção de cultura e<br />

regimes de informação de merca<strong>do</strong>.<br />

Dos vários modelos disponíveis para enquadrar uma abordagem <strong>do</strong> <strong>sector</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong>, começou‐se<br />

por considerar o <strong>das</strong> indústrias culturais que, embora heterogéneas, Maria de Lourdes Lima <strong>do</strong>s<br />

Santos define como aquelas atividades industriais que integram trabalho cultural ou artístico<br />

diretamente nos seus produtos (Santos, 1999: 17). Françoise Benhamou (1996), Nicholas<br />

Garnham (2005) ou Gisèle Sapiro (2005) foram outros autores a elucidar de que mo<strong>do</strong> bens<br />

culturais como o disco, o filme ou o <strong>livro</strong>, pelas peculiaridades <strong>do</strong>s respetivos conteú<strong>do</strong>s, estão<br />

na base da constituição de um campo distinto de análise económica que chega à definição<br />

daquelas indústrias de acor<strong>do</strong>, grosso mo<strong>do</strong>, com cinco critérios, a saber:<br />

9 Em cujo prefácio se refere que publishing is usually ignored by the intellectual community. Little is known<br />

about even the most Basic facts of the book trade. Statistics are scarce and unreliable (Altbach e Macvey, 1975:<br />

ix).<br />

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