inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...
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igualmente referi<strong>do</strong> a autores lusófonos, de nacionalidade brasileira e até <strong>do</strong>s PALP) assim como<br />
os tipos de relação de trabalho que vão ou não manten<strong>do</strong> com esses mesmos autores.<br />
À luz destes pressupostos, de notar que, em termos meto<strong>do</strong>lógicos, se procedeu <strong>ao</strong> envio de um<br />
curto questionário via e‐mail 138 <strong>ao</strong> conjunto de 47 agentes da listagem obtida através <strong>do</strong> Manual<br />
del Editor, de Manuel Pimentel (2007). Complementarmente, não só o questionário acabou<br />
também por ser envia<strong>do</strong> a outro agente americano de escritores lusófonos, como se considerou<br />
o testemunho daquele que é por muitos considera<strong>do</strong> o único agente literário português, Ilídio da<br />
Fonseca Matos, intervin<strong>do</strong> fundamentalmente <strong>ao</strong> nível da importação de obras de autores<br />
estrangeiros. Dos 48 e‐mails envia<strong>do</strong>s, para agências sedia<strong>das</strong> em países tão diversos como<br />
Espanha 139 , Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, França, Itália<br />
ou Reino Uni<strong>do</strong>, obtiveram‐se 14 respostas (ver lista em anexo nº 4), sen<strong>do</strong> mais de metade<br />
proveniente de agências espanholas (8 casos).<br />
Antes de passar à análise propriamente substantiva <strong>das</strong> opiniões <strong>do</strong>s agentes estrangeiros, o<br />
depoimento recolhi<strong>do</strong> junto de Ilídio Matos 140 diagnostica imediatamente duas circunstâncias<br />
que, segun<strong>do</strong> ele, impedem uma maior visibilidade internacional <strong>do</strong>s autores portugueses.<br />
282<br />
Repare, a dificuldade <strong>do</strong> autor português em ir para o estrangeiro é a falta de leitores de português, lá<br />
fora, tanto em Londres como em Nova Iorque… E aqueles que podem ler português, por vezes, não<br />
têm o senti<strong>do</strong> crítico literário... têm que fazer a leitura engloban<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> crítico <strong>do</strong> <strong>livro</strong>, o que, de<br />
uma forma geral, não é assim muito possível… vão a umas universidades e tal, mas… quer dizer, ler<br />
português…<br />
A partir da edição inglesa ou americana espalha‐se para o resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Até aí, não. Até aí, é muito,<br />
muito, muito complica<strong>do</strong>.<br />
Agente literário em Portugal<br />
As dificuldades da língua, isto é, a fraca penetração <strong>do</strong> português, assim como uma mais fácil<br />
visibilidade a partir <strong>do</strong> momento em que as obras se encontrem traduzi<strong>das</strong> no inglês, foram<br />
aliás, como se verá, aspetos destaca<strong>do</strong>s nas respostas de alguns outros agentes literários.<br />
Fazen<strong>do</strong> uso de uma pergunta de controlo, isto é, começan<strong>do</strong> por saber se os agentes<br />
estrangeiros representam (ou representaram em tempos) autores portugueses, são poucos os<br />
que respondem afirmativamente. Excetuan<strong>do</strong> por exemplo os casos de três agências, uma<br />
americana, uma alemã e outra espanhola (há vários anos liga<strong>das</strong> à tradução de autores<br />
138 O questionário envia<strong>do</strong> em julho de 2008 continha apenas 3 questões: 1) As a literary agent, have you ever<br />
worked with Portuguese authors? If affirmative, since when you work with those authors? Who are they?; 2)<br />
What is your perspective about the progression of Portuguese authors in the international book market?; 3) Do<br />
you consider that Portuguese authors now have more chances to affirm themselves, at international level, than<br />
before? Why?<br />
139 Em 28 casos o questionário teve por destino agências literárias espanholas.<br />
140 Depoimento recolhi<strong>do</strong> por entrevista presencial.