17.04.2013 Views

inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...

inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...

inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

desenvolvimento da indústria, se bem que assegurada (ou relegada, conforme o ponto de vista)<br />

pelas franjas criativas <strong>das</strong> muitas pequenas empresas, como refere Françoise Benhamou (1996:<br />

68‐79) – e mesmo a disposição física <strong>do</strong> <strong>livro</strong> no ponto de venda (ou os investimentos que<br />

algumas empresas realizam a fim de garantir a visibilidade <strong>do</strong> que editam) permitem comprovar<br />

a orientação para uma política de best‐seller, ou pelo menos para atingir rapidamente o mínimo<br />

de ven<strong>das</strong> pretendi<strong>do</strong>.<br />

Recuperan<strong>do</strong> os contributos de André Schiffrin e <strong>do</strong> editor alemão Klaus Wagenbach, a<br />

economista francesa acaba por ser mais catastrofista <strong>do</strong> que Nelson de Matos. É certo que<br />

ambos reconhecem as novas regras de funcionamento junto de autores, demais intermediários<br />

<strong>do</strong> circuito e <strong>do</strong>s leitores, em grande medida trazi<strong>das</strong> pela tendência de concentração que hoje<br />

anima o <strong>sector</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong>. Situação que, em Portugal, e ainda de acor<strong>do</strong> com Nelson de Matos,<br />

começou na área da comercialização com o aparecimento <strong>das</strong> grandes superfícies de venda,<br />

integra<strong>das</strong> em grupos empresariais poderosos, passou depois pela formação de fortes grupos<br />

livreiros como o caso <strong>das</strong> livrarias Bertrand, culminou com a chegada <strong>ao</strong> nosso merca<strong>do</strong> de um<br />

grupo europeu como a FNAC, e alguns outros se aproximam, como o vizinho El Corte Inglés,<br />

mesmo na área da edição podemos falar da antiga presença entre nós <strong>do</strong> Grupo Bertelsmann,<br />

através <strong>do</strong> Círculo de Leitores e mais recentemente da Temas e Debates, <strong>do</strong> Grupo<br />

Notícias/Portugal Telecom, com a Editorial Notícias, a Oficina <strong>do</strong> Livro e a sua rede de livrarias,<br />

da própria Dom Quixote hoje integrada no Grupo Planeta, o mais importante grupo editorial da<br />

Península Ibérica (Matos, 2001: 30).<br />

Ambos concordam igualmente ser real a contingente restrição de algumas áreas importantes da<br />

chamada edição culta, mas, e a divergência porventura mais assinalável entre os <strong>do</strong>is<br />

contributos passa exatamente por aí, enquanto Peltier só avança como resposta para tais<br />

derivas nas indústrias culturais a legislação ou vigilância <strong>das</strong> autoridades nacionais e<br />

transnacionais responsáveis pelas políticas de concorrência, Nelson de Matos prefere fazer<br />

sobressair a criatividade <strong>do</strong>s editores independentes na adaptação e contraponto a esses<br />

desafios, o que não podemos é continuar a repetir a filosofia da desgraça e da crise permanente<br />

(os <strong>livro</strong>s e os números estão aí para o desmentir) – ou o paternal apoio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> perante estas<br />

ditas ameaças – onde nos é exigi<strong>do</strong> uma melhor definição e ocupação <strong>do</strong> espaço enorme que nos<br />

sobra (Matos, 2001: 31).<br />

O cinema, a música e a edição são genericamente considera<strong>das</strong> as indústrias culturais por<br />

excelência. Nicholas Garnham sintetiza as suas características da seguinte forma:<br />

High fixed costs of production and low to zero marginal costs of reproduction and distribution, thus<br />

favouring economies of scale, audience maximization and both vertical and horizontal concentration.<br />

Uncertain demand in that information has to be new to have any value, which means that neither<br />

producers nor consumers can know in advance what they want. Thus the slogan “nobody knows”<br />

(Caves, 2000) coined to describe a key characteristic of these industries and the high risks of<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!