inquérito ao sector do livro parte i - Observatório das Actividades ...
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Sempre que possível tentamos fazer um contrato mais alarga<strong>do</strong> por exclusividade, até porque (…)<br />
numa altura em que há esta proliferação de títulos a promoção de um autor permite aumentar… se<br />
vamos fazer um <strong>livro</strong>, apenas um <strong>livro</strong>, vamos começar a fazer um investimento numa coisa e depois o<br />
outro <strong>livro</strong> já não… e nós não conseguimos amortizar num <strong>livro</strong> o que foi feito num determina<strong>do</strong> autor.<br />
Portanto quan<strong>do</strong> achamos que podemos apostar num determina<strong>do</strong> autor tentamos uma exclusividade<br />
que nos permita também promover muito melhor esse autor.<br />
Prefiro fazer um contrato que estabeleça uma relação relativamente a to<strong>do</strong>s os <strong>livro</strong>s que fizermos [<strong>do</strong><br />
autor], para não estar de cada vez a rever e a discutir. Agora, internacionalmente, cada vez é um<br />
contrato.<br />
Entrevista nº 20 – Editor<br />
Teoricamente os contratos têm essa cláusula que a gente corta, que é a opção sobre as 2 ou 3 obras<br />
futuras <strong>do</strong> autor, normalmente isso é elimina<strong>do</strong> tiran<strong>do</strong> alguns casos de autores com quem temos já<br />
maior confiança (…), mas fora disso é caso a caso.<br />
Entrevista nº 10 – Editor<br />
De facto, ouvi<strong>do</strong>s estes agentes, fica‐se com a ideia que, no <strong>do</strong>mínio contratual, as relações<br />
entre autores e editores vivem diferentes cenários dentro <strong>do</strong> <strong>sector</strong> português <strong>do</strong> <strong>livro</strong>. Se bem<br />
que valha a pena sublinhar uma tendência reforçada por certos entrevista<strong>do</strong>s, de progressiva<br />
formalização ou contratualização <strong>das</strong> relações autor/editor, muito por força <strong>das</strong> transformações<br />
(fundamentalmente tecnológicas) que vêm afetan<strong>do</strong> o <strong>sector</strong>, a refletirem uma cada vez maior<br />
complexidade de conteú<strong>do</strong>.<br />
Eu acho que ultimamente já as coisas vão sen<strong>do</strong> mais regulariza<strong>das</strong>. O contrato já aparece como um<br />
instrumento normal. Há uns anos atrás não, era mais informal.<br />
Entrevista nº 29 – Outro ramo de atividade<br />
Antigamente, enfim, quase não havia contratos, havia um gentlemen’s agreement e hoje em dia os<br />
autores defendem‐se mais, mas também os editores se defendem mais, porque é mais claro e<br />
transparente estabelecer um contrato livremente aceite pelas duas <strong>parte</strong>s e depois cumpri‐lo.<br />
Antigamente havia muita coisa que era na base da confiança e às vezes dava mau resulta<strong>do</strong> (…). Agora<br />
é evidente que também aumentou o trabalho da edição e, nalguns casos, tornou‐se mesmo necessária<br />
a intervenção de apoio jurídico porque os editores, enfim, de contratos não sabem ou não têm que<br />
saber.<br />
Nós aqui [em Portugal] pedimos <strong>ao</strong>s jornais para publicarem 3 ou 4 páginas de borla. Lá fora isso é<br />
inconcebível. É um direito conexo que o autor tem e portanto deveria ser remunera<strong>do</strong> também, (…)<br />
atualmente os contratos são complexos. Têm coisas para o cinema, para a rádio, para pré‐publicações,<br />
tu<strong>do</strong> isso tipifica<strong>do</strong>, e portanto hoje em dia por vezes é preciso mesmo aconselhamento jurídico.<br />
Entrevista nº 32 – Editor<br />
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