18.04.2013 Views

subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

culturas diferentes. A sabedoria prática atinge aí, pois, a feição da “arte da conversação”,<br />

meio no qual a ética da argumentação pode ser provada 316 .<br />

104<br />

Somente uma discussão real <strong>em</strong> que as convicções sejam convidadas a se<br />

elevar acima das convenções poderá dizer, no fim de uma longa história<br />

ainda por vir, quais universais pretendidos tornar-se-ão universais<br />

reconhecidos por “todas as partes interessadas” (Habermas).<br />

Ao concluir o itinerário dessa “pequena ética” – como o autor mesmo definiu –<br />

Ricoeur sintetiza que a sabedoria prática aí proposta subsume e concilia os três momentos<br />

tratados: a phronésis aristotélica, a Moralität kantiana e a Sittlichkeit hegeliana, de forma que<br />

a phronésis – que t<strong>em</strong> por horizonte a “vida boa”, por mediação a deliberação, por ator o<br />

phronimos e por área de aplicação as situações singulares – ao assumir um caráter mais<br />

crítico, pode identificar-se à Sittlichkeit, que perde, por sua vez, seu caráter soberano. Assim,<br />

É através do debate público, do colóquio amigável, das convicções<br />

partilhadas, que o julgamento moral <strong>em</strong> situação se forma. Da sabedoria<br />

prática que convém a esse julgamento, pod<strong>em</strong>os dizer que a Sittlichkeit aí<br />

“repete” a phronésis, uma vez que a Sittlichkeit “mediatiza” a phronésis 317 .<br />

É assim, pois, que a sabedoria prática preserva a convicção moral da alternativa<br />

nociva da univocidade e da arbitrariedade.<br />

3.3 – HORIZONTE ONTOLÓGICO DA HERMENÊUTICA DO SI<br />

Dentre todos os estudos de O si-mesmo como um outro, o último, intitulado “A<br />

respeito de qual ontologia?” é o que apresenta caráter mais “exploratório” e se dedica a<br />

explicitar as implicações ontológicas de todos os estudos precedentes da hermenêutica do si.<br />

O probl<strong>em</strong>a-base aí é: “Qual modo de ser é, portanto, o do si, que espécie de ente ou de<br />

entidade ele é?” Diante desse questionamento, aparece uma concepção polissêmica de ser<br />

inspirada <strong>em</strong> Platão e Aristóteles 318 .<br />

316 Cf. RICOEUR, O si-mesmo como um outro, p.337s.<br />

317 Id., p.339.<br />

318 Cf. Id., p.347s.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!