subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET
subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET
subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O pensamento <strong>ricoeur</strong>iano é fruto do diálogo com várias correntes e pensadores.<br />
Sua base é encontrada no Personalismo Cristão de Emmanuel Mounier 78 e no Existencialismo<br />
Cristão de Gabriel Marcel, b<strong>em</strong> como na Fenomenologia de Edmund Husserl, Scheler e<br />
Pfänder. Outros autores existencialistas também foram assaz influentes, como Martin<br />
Heidegger, Karl Jaspers, Jean-Paul Sartre e Merleau-Ponty – diante dos quais Ricoeur<br />
desenvolvera uma atitude mais “afirmativa”, ao propor a reconciliação do hom<strong>em</strong> com seu<br />
mundo. São seus interlocutores, ad<strong>em</strong>ais, a Lingüística, o Marxismo, o Estruturalismo, a<br />
Psicanálise e a História 79 .<br />
Pode-se dizer que seu pensamento passou por três fases. Na primeira, destacou-se<br />
a “filosofia da vontade”, aplicando a fenomenologia eidética com o cuidado de não incorrer<br />
no idealismo comum <strong>em</strong> Husserl. Na segunda fase, Ricoeur superou a fenomenologia<br />
enxertando-lhe a hermenêutica, na esteira de Heidegger e Gadamer, com a investigação da<br />
condição ontológica da compreensão – indo além da exegese de textos, rumo à compreensão<br />
da existência. Em sua fase mais recente, motivado pelo contexto universitário norteamericano,<br />
foi relevante o contato com a analítica da linguag<strong>em</strong> – filósofos de Cambridge e<br />
Oxford, como Wittgenstein, Austin e Searle – b<strong>em</strong> como o interesse pela reflexão moral e<br />
política 80 .<br />
1.2.2 – Principais obras<br />
As principais obras de Paul Ricoeur, nos originais <strong>em</strong> francês, inglês e italiano,<br />
são: K. Jaspers et la philosophie de l’existence (com Mikel Dufrenne), 1947; Gabriel Marcel<br />
et Karl Jaspers: Philosophie du mystère et philosophie du paradoxe, 1948; Philosophie de la<br />
volonté I. Le volontaire et l’involontaire, 1950; Histoire et Vérité, 1955; La pensée sauvage et<br />
le structuralisme,1963; De l’interprétation. Essai sur Freud, 1965; Husserl: an analysis of his<br />
phenomenology, 1967; Philosophie de la volonté II: Finitude et culpabilité 1. L’homme<br />
faillible. 2. La symbolique du mal, 1960; Le conflit des interprétations. Essais<br />
d’herméneutique,1969; Political and social essays, 1974; La métaphore vive, 1975;<br />
78 Sobre a relação de Ricoeur com o Personalismo e sua contribuição a essa corrente, cf. DANESE, Attilio. Il<br />
contributo de Ricoeur al personalismo. Reflexão (Revista quadrimestral do Instituto de Filosofia PUCCAMP),<br />
Campinas, ano XXII, n.69 (A Hermenêutica de Paul Ricoeur), set./dez. 1997, p.35-72.<br />
79 Cf. MORA, op. cit., v.4, p.2537s; SAFATLE, Vladimir. Teoria da solidão impossível. Folha de São Paulo.<br />
São Paulo, 29 mai. 2005. Caderno Mais!, p.8; NOVASKI, op. cit., p.108.<br />
80 Cf. MORA, op. cit., v.4, p.2538s; MASSARO, op. cit., p.694.<br />
35