subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

APÊNDICE
Faz-se aqui, como já referido na introdução deste trabalho, o exercício de
composição de um inventário de categorias ricoeurianas que poderiam auxiliar na
fundamentação do chamado “Aconselhamento Filosófico”. Trata-se de um exercício
incipiente, propriamente um esboço, sobre o qual se poderá construir uma pesquisa mais
sistemática.
A preocupação com a justificativa e fundamentação dessa prática é fruto de
comunicações do Prof. Dr. Frei Márcio Luis Costa nas disciplinas de “Tópicos especiais em
hermenêutica” e “Filosofia da linguagem”, bem como de discussões no grupo de estudos de
Heidegger e num projeto inconcluso denominado “Formação acadêmica para uma práxis
filosófica: ética aplicada e aconselhamento filosófico”.
Parte-se da idéia-comum de que a Hermenêutica se mostra valiosa e necessária ao
Aconselhamento Filosófico porque esse consiste propriamente numa atividade interpretativa,
desenvolvida totalmente através da linguagem. Isso faz do Aconselhamento Filosófico uma
hermenêutica da implicação não-interventora, em que seu caráter “curativo” brota de uma
relação de ajuda – e não de uma atividade clínica 339 .
Utilizar-se-á convencionalmente os termos “aconselhador filosófico” para o
profissional que conduz a referida prática e “aconselhado” para o sujeito que utiliza esse
serviço – apesar das discussões a respeito dos termos mais adequados que ainda distam muito
de se concluírem. As categorias listadas a seguir partem das mesmas referências já utilizadas
– sobretudo das obras Da interpretação, O si-mesmo como um outro e Teoria da
interpretação – e consistem em pistas que podem regular o Aconselhamento Filosófico:
339 Cf. COSTA, Márcio Luís. Pensar, intervir e modificar: uma hermenêutica curativa? In: SEMANA
FILOSÓFICA DA UCDB, 25.,Campo Grande, 2004, p.1-6.
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