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subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

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Ricoeur conclui que, “por um lado, há mais na metáfora do que no símbolo; por outro, há<br />

mais no símbolo do que na metáfora”: a metáfora t<strong>em</strong> a função de trazer à linguag<strong>em</strong> o<br />

sentido que está implícito no símbolo, assim como o símbolo, <strong>em</strong> sua bidimensionalidade,<br />

estende suas raízes para o não-s<strong>em</strong>ântico – a experiência – o que ultrapassa a superficialidade<br />

da metáfora 152 .<br />

Eis a relevância da decifração dos níveis de sentido na linguag<strong>em</strong> metafórica e<br />

simbólica para a reflexão. Mas Ricoeur afirma, <strong>em</strong> Teoria da interpretação, que somente isso<br />

não basta para uma teoria geral da hermenêutica, a qual deve subsumir o probl<strong>em</strong>a do<br />

discurso, como o que concerne à questão da escrita e da composição literária 153 .<br />

2.4 – HERMENÊUTICA E LINGUAGEM<br />

É devido à dimensão lingüística (Sprachlichkeit) humana que Ricoeur articula a<br />

investigação fenomenológica com a análise lingüística. Antes que tratá-las como adversárias,<br />

o autor procura reconhecer-lhes as especificidades para enriquecer seu discurso:<br />

2.4.1 – A linguag<strong>em</strong> como discurso<br />

A fenomenologia opera no nível do sentido do vivido, a análise lingüística<br />

sobre o plano dos enunciados. Uma define o nível de constituição, a outra o<br />

nível de expressão. A fenomenologia define o plano de fundação, a análise<br />

lingüística o plano de manifestação 154 .<br />

A <strong>em</strong>presa filosófica de Ricoeur busca “[...] reabrir o caminho da linguag<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

direção à realidade, na medida <strong>em</strong> que as ciências da linguag<strong>em</strong> tend<strong>em</strong> a atenuar, senão<br />

diretamente abolir, a ligação entre o signo e a coisa” 155 . Servindo-se dos sist<strong>em</strong>as platônico e<br />

aristotélico, que concebiam a linguag<strong>em</strong> como discurso 156 , Ricoeur tece sua crítica ao<br />

152 Cf. RICOEUR, Teoria da interpretação, p.75-81; Id., Filosofia e linguaggio, p.17s.<br />

153 Cf. Id., Teoria da interpretação, p.89s.<br />

154 RICOEUR, La sémantique de l’action apud IANNOTTA, op. cit., p.43.<br />

155 RICOEUR, Filosofia e linguaggio, p.01.<br />

156 Isto é, como logos, constituído pelo elo predicativo entre um nome (honoma) e um verbo (rhêma). Nisso, a<br />

verdade ou falsidade se expressaria nas frases, jamais nas palavras isoladas. Cf. RICOEUR, Teoria da<br />

interpretação, p.13; Id.,Outramente. Leitura do livro Autr<strong>em</strong>ent qu’être ou au-delà de l’essence de Emmanuel<br />

Lévinas Trad. Pergentino Stefano Pivatto. Petrópolis: Vozes, 1999, p.21.<br />

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