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subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

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• Símbolo: o aconselhador filosófico deve estar atento aos símbolos (expressões de<br />

múltiplos sentidos) expressos na fala do aconselhador, a fim de engendrar um<br />

trabalho interpretativo que une hermenêutica da manifestação e restauração de<br />

sentido – a vontade de ouvir o aconselhado, motivado pela confiança de que o<br />

sentido patente revela o sentido latente – com hermenêutica da suspeita – a<br />

vontade de suspeitar do que é expresso, isto é, de desmistificar e de purificar as<br />

ilusões, a fim de que irrompam os sentidos patentes (s<strong>em</strong>pre mais autênticos) que<br />

estejam dissimulados nos sentidos patentes.<br />

• Aproximação e distanciamento: esse procedimento, que é preconizado por<br />

Ricoeur diante de um texto qualquer, corrobora a importância de o aconselhado<br />

objetivar e explicar seus conteúdos noéticos através da fala ou da escrita<br />

(momento do distanciamento), para, assim, estimular a própria reflexão, pela qual<br />

ele pode voltar-se a si mesmo com um novo olhar e nova compreensão (momento<br />

da aproximação).<br />

• Conatus: essa noção de Spinoza impede a redução da existência humana à<br />

vacuidade do “eu sou” e concilia essa existência com dimensões não-cognitivas –<br />

como volição, motivação, <strong>em</strong>oção, corpo e ação. Isso v<strong>em</strong> a afirmar a exigência<br />

de o aconselhado ser conduzido por um caminho de interpretação dos diversos<br />

signos de sua vida, pelos quais ele pode compreender sua própria existência.<br />

• Mundo do texto: indica a importância de o aconselhado ser instigado a praticar a<br />

leitura de textos diversos, tanto históricos quanto fictícios, para, através de sua<br />

interpretação, expandir seus próprios horizontes e deparar-se com novos modos<br />

de ser. Num segundo momento, o aconselhado partilharia com o aconselhador a<br />

gama de novos sentidos incorporados a si-mesmo.

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