subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET
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hermenêuticos ofereceu-me, outrossim, grande subsídio para futuros estudos teológicos,<br />
particularmente no que alude à exegese bíblica. Disso, resta a lição de que o bom pensador<br />
deve estar aberto às diversas contribuições intelectuais, não para estar pronto a repeti-las, mas<br />
para reinterpretá-las e inová-las.<br />
Enfim, dois sentimentos antagônicos se revezam no momento <strong>em</strong> que este<br />
trabalho se conclui. O primeiro é de contentamento, pela vasta possibilidade que essa pesquisa<br />
ofereceu no desenvolvimento de minhas próprias potencialidades enquanto acadêmico <strong>em</strong><br />
vias de findar um curso tão insigne como o de Filosofia. O outro sentimento que irrompe <strong>em</strong><br />
mim, não menos notável, é a insatisfação, se considerada a distância entre o que foi feito com<br />
aquilo que poderia ter sido feito – ou mesmo deveria ser feito – conforme o convida a<br />
grandeza da obra <strong>ricoeur</strong>iana.<br />
114<br />
Se falo <strong>em</strong> insatisfação, aludo primeiramente à limitação pessoal diante dos<br />
conceitos e raciocínios do autor, cuja nacionalidade explica muito de um estilo indireto de<br />
escrever, que reclama uma leitura mais exigente e acurada – à qual n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre correspondi.<br />
Aqui recordo o fato de não poder ter lido o livro-base <strong>em</strong> seu original, o que certamente<br />
garantiria maior fidelidade ao pensamento do autor por livrar dos riscos das traduções. Cada<br />
vez mais me convenço da pertinência da expressão italiana “tradurre, tradire” (traduzir, trair)<br />
e considero que s<strong>em</strong> o confronto com as traduções <strong>em</strong> português e italiano, a compreensão do<br />
significado de alguns trechos da obra referida seria bastante desvirtuada.<br />
Também l<strong>em</strong>bro que o t<strong>em</strong>po – o inexorável Kronos – impõe uma série de<br />
restrições e exige grande disciplina de estudo. Confesso minhas limitações também aí e<br />
reconheço que o terceiro capítulo – escopo principal deste trabalho – foi o que dispôs de<br />
menos espaço t<strong>em</strong>poral para ser escrito. Também era minha intenção dedicar uma análise<br />
mais precisa das categorias <strong>ricoeur</strong>ianas úteis ao Aconselhamento Filosófico – projeto esse<br />
que teve de ser reduzido a mero esboço, no apêndice desta pesquisa.<br />
É com modéstia, pois, que este trabalho quer se apresentar – como não deveria<br />
deixar de ser diante da imensurável magnitude de nossos mestres filosóficos – num<br />
reconhecimento de que, apesar das deficiências, maiores são as riquezas que este trabalho me<br />
proporcionou. Quiçá elas sirvam ao menos de inspiração a todos quantos queiram deixar-se<br />
encantar pela obra de Paul Ricoeur!