18.04.2013 Views

subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

excede a relação face-a-face, para considerar o outro que é desconhecido – o que adentra a<br />

esfera da Política.<br />

Quanto ao valor perante a Acad<strong>em</strong>ia, essa pesquisa revela-se razoável a partir do<br />

reconhecimento da pessoa de Ricoeur como um dos maiores filósofos cont<strong>em</strong>porâneos e,<br />

juntamente com Gadamer, o mais importante nome da Hermenêutica filosófica. Essa razão é<br />

corroborada, ainda, pela sua proposta epist<strong>em</strong>ológica da “via longa”: um caminho<br />

hermenêutico que supõe a conciliação entre a Filosofia e as Ciências, num diálogo aberto com<br />

as várias tradições filosóficas. Há de se notar ainda que, não obstante o fato de ser protestante,<br />

Ricoeur não confunde o saber filosófico com aquele teológico, mas lhes conserva a<br />

autonomia.<br />

O gosto pessoal pelas áreas da Fenomenologia e Hermenêutica, b<strong>em</strong> como pelo<br />

traço personalista derivado de Mornier, justifica, no nível pessoal, porque optei por esse t<strong>em</strong>a.<br />

Nesse horizonte, a t<strong>em</strong>ática da alteridade desperta particular interesse <strong>em</strong> mim. O<br />

qualificativo de cristão atribuído a Ricoeur também compõe o conjunto dos motivos dessa<br />

pesquisa, porquanto ilustra que é possível raciocinar filosoficamente de forma elevada s<strong>em</strong><br />

promover confusões com o campo teológico, b<strong>em</strong> como s<strong>em</strong> o desprezar. Uma outra razão a<br />

ser enfatizada é que, pelo fato de o pensamento <strong>ricoeur</strong>iano ser criterioso e exigente, instiga<br />

qu<strong>em</strong> se aventura a conhecê-lo a desenvolver a capacidade de fazer raciocínios longos,<br />

complexos e sist<strong>em</strong>atizados.<br />

Convém, agora, tratar um pouco das partes desse trabalho. No primeiro capítulo,<br />

apresento um esboço da história da Hermenêutica, desde suas incipientes manifestações entre<br />

os gregos até a assunção de um caráter mais filosófico, a partir do século XIX. Estão<br />

presentes aí os principais autores com suas respectivas investigações, t<strong>em</strong>as e métodos. A<br />

justificativa dessa abordag<strong>em</strong> é permitir que o leitor compreenda a rica tradição que precedeu<br />

Paul Ricoeur, cujos traços biobibliográficos, b<strong>em</strong> como sua concepção de hermenêutica estão<br />

inseridos na última seção desse capítulo.<br />

No segundo capítulo, adentro mais propriamente o cabedal hermenêutico de<br />

Ricoeur e trato das principais características de sua proposta: a “via-longa”, o traço<br />

fenomenológico, o caráter reflexivo, a dimensão da linguag<strong>em</strong>. Permeiam esse capítulo as<br />

principais categorias usadas pelo autor, b<strong>em</strong> como seus principais métodos, expostos tanto<br />

10

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!