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subjetividade em paul ricoeur.pdf - FILOSOFIANET

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obscuras e se tornou um manual básico do protestantismo no século XVIII. Objetou o<br />

Concílio trentino asseverando que o probl<strong>em</strong>a das passagens obscuras na Escritura está<br />

situado na linguag<strong>em</strong> – devido à deficiência no conhecimento gramatical e dos idiomas.<br />

Flacius buscava apoio <strong>em</strong> Lutero e Agostinho – unindo invocação ao Espírito Santo e busca<br />

de passagens paralelas mais transparentes – fato esse que motivou a acusação, por parte dos<br />

católicos, de falta de originalidade <strong>em</strong> suas teses. Também foi muito influenciado pela<br />

retórica, que lhe inspirou a doutrina do scopus (intenção) – o que excede a Gramática e<br />

retoma o uso da alegorese, rejeitada por Lutero 18 .<br />

1.1.3 – Hermenêuticas universais do Renascimento e da Modernidade – Dannhauer,<br />

Chladenius e Meier<br />

Se até então a hermenêutica restringiu-se ao âmbito religioso – já que a Bíblia<br />

possuía todo o conhecimento que importava para a época – na Modernidade houve uma<br />

abertura a outros textos, sobretudo dos escritores antigos, como sugerira uma disciplina do<br />

século XVI chamada ars critica 19 .<br />

Foi o teólogo protestante Johan Conrad Dannhauer (1603-1666) qu<strong>em</strong> utilizou a<br />

palavra hermenêutica pela primeira vez como título de uma obra, a H<strong>em</strong>eneutica sacra sive<br />

methodus exporendarum sacrum litterarum, de 1654. Sua importância, que não fora<br />

reconhecida pelos historiadores da hermenêutica, vai além do simples <strong>em</strong>prego de um novo<br />

termo: Dannhauer teve a pretensão de delinear uma teoria universal, uma hermeneutica<br />

generalis que fosse propedêutica a todas as ciências. Sua função seria a de estabelecer o<br />

sentido pensado – o que o autor quis dizer – como preparação às análises lógicas, as quais<br />

incid<strong>em</strong> sobre a verdade objetiva desse sentido 20 .<br />

Seguindo o projeto de uma hermenêutica universal, Johan Martin Chladenius<br />

(1710-1759) escreveu a Introdução para a correta interpretação de discursos e escritos<br />

nacionais <strong>em</strong> 1742, a primeira proposta hermenêutica editada <strong>em</strong> al<strong>em</strong>ão. Com esse pensador,<br />

a hermenêutica desvinculou-se da Lógica e firmou-se como um novo saber humano, abrindo<br />

18 Cf. GRONDIN, op. cit., p.85-89.<br />

19 Cf., Id., p.93s.<br />

20 Cf. Id., p.94-98.<br />

17

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