gestão participativa na semco equipamentos - Fundação Pedro ...
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O modelo que tem levado a Semco, segundo o entrevistado, a ter um estilo<br />
de gestão mais participativo tem como fundamento principal a preocupação em<br />
desenvolver o potencial humano e não ape<strong>na</strong>s incentivar por meio de palavras. A<br />
presença das crenças fomentando uma cultura própria caracteriza o propósito de<br />
valorização do capital humano e busca a participação dos funcionários <strong>na</strong>s<br />
tomadas de decisão da empresa e em suas estratégias empresariais.<br />
O processo de desenvolvimento organizacio<strong>na</strong>l que levou a Semco a<br />
implantar um modelo de gestão participativo, ainda segundo o depoente,<br />
começou com muitos exercícios de reflexão que no início envolviam somente o<br />
corpo diretivo e gerencial da empresa. Tais reflexões somente serviam para<br />
estabelecer os objetivos de longo prazo, os valores, os princípios e as crenças<br />
que deveriam ser inseridos <strong>na</strong> organização e cultuados por todos. A estratégia de<br />
Semler para transformar a Semco em uma organização <strong>participativa</strong> começou,<br />
segundo as informações coletadas, com pequenos passos.<br />
Os entrevistados 02, 03 e 04 relatam que depois de algum tempo foi<br />
percebido que restringir esses valores a um pequeno grupo (ainda que<br />
envolvendo todos os gestores) e tentar implementá-los de cima para baixo não<br />
fazia muito sentido numa empresa que tinha como objetivo a participação das<br />
pessoas <strong>na</strong> sua gestão.<br />
A solução seria encontrar formas de envolver todas as pessoas nessas<br />
discussões e procurar validar essas crenças e facilitar o engajamento de todos<br />
nos processos participativos.<br />
O entrevistado 02 descreve que um dos primeiros desafios enfrentados<br />
pelo novo estilo de gestão foi:<br />
O que fazer para que pessoas tratadas como seres imaturos,<br />
irresponsáveis, severamente vigiados e controlados, executando<br />
ordens expressas e sem direito à contestação pudessem, de<br />
repente, sentar-se para discutir princípios, valores e outros assuntos<br />
fundamentais de uma empresa? (Entrevistado 02).<br />
Uma saída simples para esse problema seria, segundo ele, envolver aos<br />
poucos as pessoas, nível por nível, até chegar ao chão de fábrica, mas<br />
infelizmente tal solução iria requerer tempo de implantação muito dilatado e a<br />
ideia que menos agradava a Ricardo era a de conviver com duas espécies de<br />
pessoas <strong>na</strong> organização: as envolvidas no processo e todos os demais.