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uma de suas peças, “Il Bidone”, ou “Il Vitelloni ”,não importa. E, a cada reexame, convenço-me dajusteza da observação, quando afirmei que “algumpsicólogo perseverante há de achar algum dia, naobra de Fellini, material bastante para a pesquisapsicanalítica da personalidade desse cineas ta obcecadoe introvertido, numa eterna luta dentro desi próprio, emaranhado por entre o desvario dadúvida e a alegria de reencontrar-se na exaltaçãocriadora da obra artís tica pura e simples. Que explicaçãosubjetiva se poderia obter através da análisedessa obsessão de Fellini, do seu drama de homemsó, tão realçado e tão repetido em toda a sua obra?Ninguém sabe, ninguém se lembrou de perguntarisso a esse homem, em Roma onde ele próprio viveisolado apenas com sua mulher, essa encantadoraGiulietta Massina, que, em três películas de Fellini,interpretou personagens também solitárias:‘Gelsomina’, ‘Iris’ e ‘Cabiria’”. E agora, ao assistir“La Dolce Vita”, ressurge de novo a observação,reencontro novamente o Fellini torturado peladúvida ou subjugado pela exaltação, em muitasseqüências dessa fita perturbadora e angustiada;reencontro novamente o Fellini em sua tragédia dehomem só, numa das personagens mais simbólicasde “La Dolce Vita”, aquele “Steiner” introvertido,que se considerava minúsculo ante uma catedralgótica, ou a ouvir uma fuga de Bach, aquele homemdesajustado e perdido no emaranhamentodo mundo moderno, que temia a paz e o silêncio,mas que só na paz e no silêncio terá encontrado101

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