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224valendo-se das façanhas dos “gangsters” para denunciarnas telas a corrupção pelo poder trazidanos rastros de uma lei puritana e reacionária – alei da Proibição – mais danosa para a grande naçãonorte-americana, do que os efeitos do álcoolque pretendia suprimir. Com tais elementos, BillyWilder realizou sua “Some Like it Hot”, tudo a seprestar para uma dessas sátiras que ele, mais doque qualquer outro, compõe com perfeição. Defato, a moda de 1929 (tão grotesca então, quantoridícula a de hoje, que procura imitar a daqueletempo), os feitos “gloriosos” dos “gangsters” eos tipos inigualáveis de suas quadrilhas, os estilose as tendências cinematográficas da década dosanos vinte transportados para o cinema da eraatômica, de alta fidelidade eletrônica, tudo haveriade resultar, por absurdo, no mesmo efeitoque um mosqueteiro desbragado produziria numconvento, ao tempo do fogo da Inquisição. Essesefeitos de surpresa, Billy Wilder soube tirar doargumento de sua comédia, transformando-osem “gags” irresistíveis, pelo contraste de seutratamento: o estilo cinematográfico de 1929, desenvolvidocom a técnica aperfeiçoadíssima e osrecursos infinitos do cinema de 1959. E para quetudo se cobrisse de um verniz de autenticidade,desdenhou Billy Wilder a cor e o cinemascópio,elementos característicos do cinema moderno,para adotar uma fotografia em branco e pretocuidadíssima, nas dimensões antigas, elementospróprios do cinema de então. E no seu elenco fez

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