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quanto à direção de cena, como aconteceu naquelefestival, em 1957. Há, primeiramente, porparte de Bresson (neste ponto a parecer-se comJacques Tati, por maior que seja o antagonismodessa comparação) um arrogante desprezo pelosrecursos técnicos, que possam oferecer, à realizaçãoartística, as câmaras e os laboratórios docinema. A dinâmica de “Um Condenado à MorteEscapou” não se faz formalmente, pela deslocaçãode câmara (quase imóvel) pela duração dosplanos (por vezes longos e irregulares, cortadospor “escurecimentos” e fusões sem sentido), maspelo “animus” de cada cena, de cada situação,pelo ritmo interior de sua coordenação e pelatransposição do temperamento individual dorealizador às suas personagens. Todos os tipos de“Um Condenado à Morte Escapou” são frios emseu sofrimento, impassíveis em suas atitudes deprisioneiros, impossíveis de classificar-se em suasreações de homens martirizados. Com tal comportamentopor parte de todos, teria de ressentir-semuito a continuidade dramática da fita. O espectadornunca, em nenhum momento, é levado acolocar-se no lugar das personagens, em nenhuminstante se sente encarcerado também, dentro dacela, do pátio, dos muros, da prisão de Montluc.A evasão de “Fontaine” e a sua preparação transcorremtão naturalmente, tão facilmente (emplanos e situações repetidos ao infinito), que oespectador não chega a participar das angústias edos medos que um prisioneiro, prestes a se evadir ,241

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