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versão pdf - Livraria Imprensa Oficial

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80Tambellini, propusera e depois introduzira naestrutura dramática e narrativa do filme. Essaatitude de superioridade e de maturidade deespírito, essa integridade profissional tão alheiado cinema brasileiro e de seus autores em geral,comoveu-me profundamente, contudo, como, emminha atividade crítica na imprensa, não alimentoo menor preconceito em relação a quem quer queseja, por adotar uma escrupulosa imparcialidadeem meus escritos, sem jamais poupar um amigo(quando me parece falha sua obra), ou de exaltarum desafeto (quando me impressiona favoravelmenteo seu trabalho), sinto-me à vontade paracomentar “O Beijo”, super-estimulado além domais pela tomada de posição de seu realizador.Entretanto, apesar das afirmações em contráriode Flávio Tambellini, continuo a crer que as falhasmaiores de seu filme decorrem de sua origem literária,de seus diálogos e das situações chocantesimaginadas por Nelson Rodrigues em sua peçae conservadas com as características pessoais eestilísticas do autor de “Vestido de Noiva”. Háem “O Beijo” seqüências de pura criação cinematográficae um espírito de análise psicológica ede síntese narrativa muito aprofundado. Há, porexemplo, uma exata função expressionista nascenas estáticas dos quadros de pintura sacra antigae de cenário, e o aproveitamento da própriacenografia, em longas e distanciadas perspectivas,naquele significado de fuga interior, de que estavampossuídas quase todas as personagens do

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