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capaz de transformar o gesto casual de umator numa atitude de boa-fé, ou num símbolopremonitório de conflitos próximos. John Ford,mais talvez do que qualquer outro cineasta sabedosar seus efeitos dramáticos ou cômicos, sabecomo dar-lhes seqüência ou transforma-los emconseqüências. E duas cenas rápidas desse delicioso“O Homem que Matou Liberty Valence” sãouma comprovante desse controle psicológico tãocaracterístico do estilo do criador de “No Tempodas Diligências” já nessa fita tão notoriamenteengastado: a cena da aula de alfabetização, emque o pequeno mexicano levanta o braço e doisdedos, no seu pedido de “ir lá fora” e o trocadilhodramático proferido por “Peabody”, ao sertorturado por “Liberty Valence”, em que o nomedesse facínora se presta ao jogo de pala vras e defrases – “Liberdade”, “tomar-se de liberdade”e “liberdade de imprensa”... Nestas duas cenas,tiradas a esmo, ao longo da narrativa dramáticade John Ford, está o seu espírito, terno e jovem,sarcástico e irônico, tudo dependendo das circunstâncias.Sim, reencontro o velho Ford a usufruirde toda a sua juventude espiritual. É um prazerrevê-lo assim rejuvenescido, nessa fita que é umaaragem outonal por sobre o deserto espúriodesses jovens do “cinema novo”, parece que jánascidos cansados, exauridos e senis, sem haverparticipado de qualquer dos momentos generososque a vida costuma oferecer aos jovens.135

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