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142sem ligação aparente, provocando espetáculoproporcionado por essa película admirável? Poisaí está a perspicácia do espectador, espicaçandoconstantemente sua atenção, estimulando-ainces santemente e de modo até inconsciente,provocando esse espectador sob contínua pressão,fazendo-o participar da intriga cinematográfica,tornando um paciente ativo aquele que, em geral,é apenas um agente passivo da narração fílmica.Por isso, ao apagar-se a última imagem de “AMarca da Maldade”, tal como em qualquer outrade suas grandes realizações, “Soberba”, “CidadãoKane”, ou “Macbeth”, o espectador, sentadoainda em sua poltrona, é um ser extenuado, masainda com forças suficientes para discutir e muitasvezes tentar compreender o espetáculo que, sobsombras e luzes, sem profundidade física, acabade projetar-se à sua frente. O espetáculo dessecinema personalíssimo continua realmente depoisde acabado. E essa continuidade dramática,impossível de analisar-se sem a inteligência e oraciocínio é que torna grande e clássica um “CidadãoKane”, feita sob aclamações e fama, ou uma“A marca da Maldade”, realizada na provação eamargura. De 1940, ano de “Cidadão Kane”, a1957, época de “A Marca da Maldade”, dezesseteanos se passaram, dezessete anos envelheceramprematuramente um grande criador, um grandepensador do Cinema. Orson Welles hoje, adiposoe encharcado, não se distingue mais do jovemlépi do dos tempos em que levava o pânico às ruas

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