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um ser largado na voragem das guerras, já essaconformação racionalmente despedaçada na fitade Antonioni não denota a mesma profundidadeuniversal, nem alcança emocionalmente a compreensão,ou o senso comum do espectador de“Hiroshima”, a sofrer com esta um impacto psicológicoimediato, a perceber, com “A Aventura”,um travo cerebral de identificação retardada.A obra de Resnais é a percepção súbita de umsentimento subjacente em todo homem quesofre e que vem à superfície sob tal estímulo. Apelícula de Antonioni, com a sua ação arrastadae a sua interpretação sofreada, é um raciocíniofrio, necessitado de um desdobramento, ouda exposição de suas premissas para (talvez sódepois da exibição da fita) chegar-se às suasconclusões. Um silogismo enervado, uma exposiçãológica, ao contrário de “Hiroshima”, umaemoção espontânea a surdir logo, ao fim decada cena, de cada seqüência. Não há dúvida,contudo. A obra de Antonioni é algo de respeitável.É obra nova que merece meditação,trata-se certamente de un nouveau cinéma. Mas,justamente por se tratar de um cinema novo éque não pode ser julgada sem ponderação maisdetida, sem aquela dimensão do tempo, na faltada qual não é possível compreender-se o infinitodo universo, ou pelo menos a sua relatividade.E tanto “Hiroshima” quanto “A Aventura” sãodois pequenos universos largados em órbita nogrande espaço da sociedade contemporânea.69

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