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timos. Pois “Viver” me lembrou, em muitos momentos,a técnica da “nouvelle vague” e de outras“escolas” antecedentes ou decorrentes: direçãode atores espontânea com a reação deles captada“sur le vif”, cenários ao natural, fotografia despojadade efeitos, montagem dinâmica (às vezes,um corte brusco na ação fragmenta o “tempo”dramático, sem qualquer transição), pontuaçãonervosa e sem qualquer trucagem. A acreditarnesses jovens que se dizem inovadores, poderse-átambém qualificar Kurosawa, lá no Japão,na época com o seu cinema quase desconhecido,como um pioneiro dos movimentos renovadores,se é que antes disso, já não se fazia cinema assim.Mas, em “Viver”, há antes de tudo, o poder expressivode uma interpretação levada aos últimosextremos dramáticos. Takashi Shimura, no papelde um chefe de seção dos quadros funcionais dealgum município nipônico, vive intensamente atragédia de um homem atacado de câncer gástrico,com seus dias contados, por isso a querersair de sua rotina burocrática para desfrutar, emuns poucos meses, o que, em muitos anos, elenão houvera sabido extrair do “terra a terra” doseu cotidiano. É um outro mundo que se espraiaà sua frente, a fazer surgir diante dele, no ocasode sua existência, a curta alvorada de um universoaté então desconhecido. Pois Takashi Shimura,sob o impulso criador de Kurosawa, vive essa tragédiasolitária e quase silenciosa, com o mínimode palavras e o máximo de ação dramática, por257

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