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218nem a Terence Rattingan será licito envaidecer-secom o fato, todo o mérito cabendo a Olivier, naverdade, um dos homens mais inteligentes docinema e do teatro contemporâneos.O tema de “O Príncipe Encantado” não é novo,nem no teatro, nem no cinema. O “vaudeville” ea opereta exploraram-no até exaustão no palcoe, na tela, não faltaram também os seus aproveitadores,Ernst Lubitsch, notadamente. Mas a fitade Olivier não é “vaudeville”, não é opereta, nemmuito menos poderá ser aproximada de qualquerdas fitas de Lubitsch. Este último realizador costumavaimpor às suas películas um “toque” demalícia, mais do que sátira, um sinete mais latino,do que saxônico. Olivier, não. Sua formaçãocultural e suas origens essencialmente britânicasconduziram-no diretamente da crítica de costumesà sátira, ao sarcasmo e à ironia, tendênciasespirituais, que os ingleses cultivam reverentementee de que sua literatura se fez um espelhocheio de reflexos. A sua interpretação do regentebalcânico está mais próxima de um príncipe deGales, do que, em verdade, de qualquer príncipedo Danúbio. O regente é ferino, fleugmático eirônico até as raias da crueldade, como todo bom“gentleman” dos princípios do século. Só a ingenuidade,a sinceridade, a bondade de coração dacorista bonita e plebéia enfrentariam com sucessoa insolência desse regente dos Bálcãs, mas tãobritânico, sob a pele de Laurence Olivier. Dessecontraste entre os dois intérpretes – a arrogância

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