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O Beijode Flávio Tambellini, Brasil, 196676Parte IFlávio Tambellini, valendo-se de um jogo hábil eimaginoso posto na equação imagem-som (imagemestática da pintura, som dinâmico dos diálogosproferidos pelas personagens reais da intriga),estabelece uma surpreendente integração da pistasonora à continuidade dos fotogramas, pesquisapura de cinema de tanto quanto aplicação autenticado artesanato cinematográfico (o de LucianoEmmer e de Alain Resnais, notadamente), na técnicado filme já então industrializado. Há seqüênciasem que sente a presença de um criador inquieto àprocura de um resultado estético, que não é maisum esforço de conseguir a fluência narrativa deuma historia, mais a ânsia e o cuidado de apresentarcom requintes a evolução de uma tragédia, atéatingir-se o ápice estético expressionista. A seqüênciado enterro (aquele longo e interminável esquifenegro a atravessar a tela), a marcação dramáticado interrogatório de “Arandir” no gabinete dodelegado Cunha, a expressão de uma estado deconsciência convulsivo nessas criaturas nauseantes(Ribeiro, Cunha, o sogro, até mesmo Selminha), unsaproveitadores do escândalo e das misérias alheias,vincula “O Beijo” ao que de mais sério e profundose tem procurado fazer no cinema contemporâneobrasileiro e ao assistir a essas seqüências tão trabalhadase de simbologia tão íntima, lembrei-me deum livro excelente, ultimamente publicado – “O

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