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232cinema, personalíssimo e poético, um cinemaque não é feito de improviso, mas sob pacientee árduo trabalho de pesquisa e de elaboração.“Realizar uma película, diz Ingmar Bergman, éorganizar, cada vez, um universo novo, é jogarcom os elementos da indústria, dinheiro, meios defabricação, tomadas de vista, revelação da película,a observância de um horário pré-estabelecido(que nunca pode ser levado à risca, entretanto)e de um plano de produção rigorosamente estudadoe todos aqueles fatores imprevisíveis eirracionais, aos quais é preciso conceder a maiorporcentagem, no total previsto. Mas, realizar umapelícula é também suportar dias e dias de trabalhoobstinado, é também a luta ininterrupta entre avontade e o dever, entre a visão e a realidade,entre a consciência e a preguiça. E quando afirmoisso, refiro-me igualmente às noites sem dormir,refiro-me a um sentimento mais agudo do que aprópria continuidade da vida, a essa espécie defanatismo em que só o trabalho conta e pelo qualeu me torno uma parte integrante da mecânicado cinema, eu me transformo num aparelho ridiculamenteminúsculo, cujo único defeito é o deprecisar comer e dormir”. Nessa afirmação sincerae exaltada está toda a dinâmica criadora da obrade Bergman, certamente um místico do cinema,um iluminado da gênese cinematográfica, umde seus poetas maiores e mais sutis. Toda peçasua é um ímpeto febril, é aquela exaltação quemove e impele os que crêem, os que precisam

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