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desse homem atormentado nos abismos de suaconsciência, perdido na corrente contínua desua imaginação, largado no meio maledicenteda classe profissional de que depende, a que seincrusta, mas que repele e é por ela repelido, aomesmo tempo em que é por ela atraído. “Queriafazer um filme e nada consegui. Em ´Oito e Meio´apresento as minhas tentativas”, teria dito Fellini,ao estrear o filme em Roma. Terá sido sincero ogrande criador dessa obra singular? Ou teria sidoirônico consigo próprio, numa atitude esnobeque gosta de assumir, ou em relação a um público,que, em grande maioria, não compreenderáessa obra premeditadamente desigual e contraditória?Passado, presente, futuro, tempo/espaçonão contam para Fellini. Seu filme se movimentapelo impulso adquirido inicialmente na explosãode sua lógica fragmentada e numa atmosfera,ora rarefeita, ora adensada, alcança apogeus eperigeus de êxitos e malogros, de ódio e amor,de sarcasmo e ironia, do grotesco e do patético.Em certos momentos de “Oito e Meio”, Felliniatinge os extremos de sua sensibilidade criadorae não apenas se vale de suas próprias recordações,projetadas nas da infância de sua personagemno filme, numa incrustação dramática pungente,como atualiza esse passado, na justificação de seucomportamento de adulto, quase como querendoautojustificar seus deslizes humanos em relaçãoà sociedade em que vive, ou à mulher que ama.Assim é em todas as seqüências em que Guido191

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