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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&TFaço uso <strong>de</strong>sta len<strong>da</strong> antiga para traçar um paralelo <strong>de</strong>sta fábula com os objetos<strong>de</strong> museu. Em muitas instituições eles permanecem durante muito tempo “mudos” e“inertes”, às vezes dispostos sem critérios ou até mesmo amontoados em <strong>de</strong>pósitos ouencaixotados, até que percebamos sua presença, sua historici<strong>da</strong><strong>de</strong> e assim os tiramos <strong>da</strong>obscuri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vitrine e restituímos uma trajetória, uma biografia.Durante muito tempo a história <strong>da</strong> cultura material aten<strong>de</strong>u, segundo o historiadorDominique Pulot, a um cui<strong>da</strong>do exclusivo <strong>de</strong> procura pela peça única, com as coleções<strong>de</strong> obras <strong>de</strong> elite. Depois, uma preocupação arqueológica <strong>de</strong>terminou a elaboração <strong>de</strong>tipologias <strong>de</strong>scritivas e cronológicas, sistemas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> artefatos, etc. O estudo<strong>da</strong> cultura material começa a fazer parte <strong>de</strong> uma história social on<strong>de</strong> a preocupaçãomaior é analisar os objetos para esclarecer condutas, consi<strong>de</strong>rando seus usos eintercâmbios <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (PULOT, 2003, p.27).Entretanto, recentemente, <strong>de</strong>vido ao intercâmbio entre várias disciplinas, ointeresse se <strong>de</strong>slocou para o estudo <strong>da</strong> maneira pela qual os sujeitos e os objetos semovem, seguindo a linha <strong>de</strong> Appadurai e Kopytoff, on<strong>de</strong> o interesse passou a ser uminventário para a reconstituição do contexto do objeto, seus usos e eventuaisre<strong>de</strong>finições. A questão dos objetos se i<strong>de</strong>ntifica com o processo <strong>da</strong>s “artes <strong>de</strong> fazer”, ouseja, analisar as diferentes apropriações que envolvem <strong>de</strong>slocamentos, <strong>de</strong>terminações ere-apropriações, traçando assim trajetórias socialmente <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s (I<strong>de</strong>m. p.30).Samuel Alberti em artigo publicado recentemente propõe que se estu<strong>de</strong> atrajetória dos objetos <strong>de</strong> museu a partir <strong>da</strong> biografia <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les, e para escreveresta biografia <strong>de</strong>vem-se interrogar estes objetos <strong>da</strong> mesma maneira que se faz aobiografar pessoas. Para tanto, Alberti (2005) elabora um questionário com as seguintesperguntas: 1) Quais os momentos mais importantes <strong>de</strong> sua (do objeto) trajetória? 2)Como o status <strong>de</strong>ste objeto se modificou ao longo do tempo? 3) O que o torna singular oucomum em relação aos <strong>de</strong>mais? 4) Qual o impacto dos diferentes contextos – social,cultural, econômico, político, científico, etc..- nesta trajetória? Para que a partir <strong>da</strong>srespostas possa se traçar uma trajetória <strong>de</strong>stes objetos que permita mais tar<strong>de</strong>estabelecer uma narrativa inteligível para o público. Sendo que Alberti - que concentrasua análise em objetos pertencentes a um museu <strong>de</strong> História Natural - coloca como omomento mais importante <strong>da</strong> trajetória do objeto o <strong>da</strong> incorporação <strong>de</strong>ste a coleção <strong>de</strong>um museu.O historiador Jim Bennett em artigo publicado no mesmo ano (2005) também<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> esta noção, entretanto, acrescenta que igualmente importante é analisar este157

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