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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tnotícias <strong>da</strong>s idiossincrasias patronais tais como as brigas <strong>de</strong> galo e a participação nasprincipais corri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> cavalo nacionais e internacionais <strong>de</strong> animais criados no haras local.Mas o distanciamento humorístico e crítico <strong>de</strong>stas gran<strong>de</strong>zas se completa com orelato do po<strong>de</strong>r político sobre a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social local, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a existência <strong>de</strong> umaparelho repressor através do enorme corpo <strong>de</strong> vigias armados na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> controla<strong>da</strong> pelaCTP, até o controle do governo local <strong>de</strong> fato. Tal governo chocou-se tanto com aimplementação <strong>da</strong>s leis sociais quanto com a associativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sindical dos operários.Episódios como os conflitos <strong>da</strong> CTP com o interventor estadual Agamenon Magalhãesnos anos 40, a resistência <strong>da</strong> empresa em aplicar as leis sociais e a tolerar o sindicatodos trabalhadores, as greves nos anos 50, culminando com uma greve marcante em1963, são objeto <strong>de</strong> muitos relatos.Uma memória do engran<strong>de</strong>cimento pelos conflitosA atual <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> memória por parte <strong>de</strong> setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>passa também pelo fato <strong>de</strong> que, ao lado <strong>da</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>da</strong>s iniciativas patronais, existiaigualmente a gran<strong>de</strong>za dos conflitos com uma companhia que sempre havia resistido àsindicalização <strong>de</strong> seus trabalhadores assim como à legislação social implanta<strong>da</strong>gra<strong>da</strong>tivamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos <strong>de</strong> 1930 até 1964 9 . Por <strong>de</strong>trás <strong>da</strong>s vicissitu<strong>de</strong>s <strong>da</strong> história<strong>da</strong>s relações entre a companhia e o sindicato operário, no entanto, apresentavam-seefeitos inesperados <strong>da</strong> própria organização social local <strong>de</strong>fronta<strong>da</strong> às mu<strong>da</strong>nçasadministrativas <strong>da</strong> empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final dos anos 50 privilegiando a produção em<strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> vila operária.A partir dos anos 50, quando pouco a pouco as <strong>de</strong>missões passaram a superar ascontratações, a rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra passou a atingir fortemente o contingenteoperário. Por ocuparem todos os postos clan<strong>de</strong>stinos do "setor externo" (plantação <strong>de</strong>9 Seguindo-se à lei <strong>de</strong> sindicalização <strong>de</strong> 1931, em que o Estado nacional sancionava o reconhecimento dossindicatos <strong>de</strong> trabalhadores, foi fun<strong>da</strong>do em Paulista o primeiro sindicato, que em segui<strong>da</strong> reivindicou, noinício <strong>de</strong> 1932, a aplicação <strong>da</strong> recente lei fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong>s 8 horas <strong>de</strong> trabalho. A interpretação do sindicato era a<strong>de</strong> que a aplicação <strong>da</strong> lei acarretava um aumento do salário hora normal e <strong>da</strong>s horas extras, e isso <strong>de</strong>via serconvertido ao salário pago por produção. A interpretação <strong>da</strong> companhia era <strong>de</strong> que com a lei, o que era pagona jorna<strong>da</strong> usual <strong>de</strong> 12 ou <strong>de</strong> 10 horas <strong>de</strong>veria ser reduzido proporcionalmente, mantendo-se o mesmosalário horário e o preço correspon<strong>de</strong>nte dos salários pagos por produção. Tendo tal conten<strong>da</strong> sido leva<strong>da</strong> àarbitragem técnica do Ministério do Trabalho (como um primeiro conflito após a nova lei), o seu parecer foifavorável à interpretação dos trabalhadores. Seguiu-se um lock-out parcial <strong>da</strong> CTP alegando criseeconômica. Uma série <strong>de</strong> provocações patronais e a exasperação dos trabalhadores forneceram pretextospara o fechamento <strong>de</strong>ste primeiro sindicato. O segundo só foi estabelecido entre 1941 e 1942, quando aoposição patronal à enti<strong>da</strong><strong>de</strong> foi contraria<strong>da</strong> pelo apoio do governo estadual, que tinha a força do regimeautoritário que vigorou entre 1937 e 1945. A relação <strong>da</strong> CTP com o sindicato, porém, ao longo do tempo,raramente foi tranqüila.242

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