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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tmargem <strong>da</strong> escrita <strong>da</strong> história, ao lado <strong>da</strong> compilação e <strong>da</strong> preservação<strong>de</strong> indícios do passado. Isolado <strong>da</strong> invenção intelectual dos escritos edos reescritos, o museu também não constituiu uma matriz cultural,como a escola....O espetáculo do museu ilustra ...a discrepância entre aescrita <strong>da</strong> história e uma representação do passado capaz <strong>de</strong> evocar,<strong>de</strong> outro modo que o <strong>da</strong> memória, o reconhecimento do passado comotendo sido, embora já não mais seja... (POULOT, Ob. cit., p.43-44).Mas, os problemas apontados relacionados aos nexos entre história e memória,bem como as implicações <strong>de</strong>correntes do <strong>de</strong>scolamento entre as representações dopassado projeta<strong>da</strong>s em espaços museológicos e o <strong>de</strong>bate em torno <strong>da</strong> escrita <strong>da</strong> História<strong>de</strong>senvolvido contemporaneamente, não esgotam a fisionomia matiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> instituiçõescomo essas.Em concomitância às mediações entre história e memória, reflexões <strong>de</strong> PaulRicouer e Fernando Catroga 7 sugerem que museus po<strong>de</strong>m ser vistos, também, comolocais para articulações entre memória e imaginação. Ambas evocam um “objetoausente” (ou uma presença ausente). Mas se o “objeto ausente” po<strong>de</strong> ser ficcional para aimaginação, para a memória ele já não existe embora tenha existido anteriormente. Nocaso dos museus <strong>de</strong> história nacional, e especialmente no percurso do <strong>Museu</strong> Paulista,esse aspecto adquire relevância, pois pinturas, esculturas, imagens e objetos reescrevema história, evocam acontecimentos e personagens, representando o passado eensejando sua “visualização”, como observou Stefan Bann (Ob.cit., 1994). Ou seja,tornam-se espaços <strong>de</strong> e para a imaginação do diversificado público que o freqüenta eque necessariamente não compartilha as mesmas preocupações dos historiadores,tampouco observa o museu pela mediação do lugar social, <strong>da</strong> prática investigativa e <strong>da</strong>escrita que caracterizam, segundo Michel <strong>de</strong> Certeau, a operação historiográfica (Ob.cit,2006).Assim, não se trata tão somente <strong>de</strong> indicar que o <strong>Museu</strong> abriga um imaginário nosentido mais literal do termo, como conjunto <strong>de</strong> imagens visíveis e simbólicas. Trata-se<strong>de</strong> refletir sobre a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um ambiente que, ao mesmo tempo, mediatiza econfere tangibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao universo contraditório e multifacetado <strong>da</strong>s representações pormeio <strong>da</strong>s quais os sujeitos históricos constroem sua vi<strong>da</strong>, estabelecem relações com otempo, projetam interpretações sobre seu próprio percurso e sobre a trajetória <strong>da</strong> nação àqual pertencem. Essa complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> manifestava-se, por outro lado, no fato dos museusserem locais particularmente voltados para a conservação e estudo <strong>de</strong> coleções quereferenciam diferentes dimensões <strong>da</strong> História. Mediatizam a seleção <strong>de</strong> vestígios,7 Ver: CATROGA, 1999.31

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